YouTube para crianças passa a ter site próprio
A nova versão do site chega numa altura em que a plataforma é alvo de escrutínio pelo conteúdo que tem destinado a crianças e aquilo que faz com os dados recolhidos.
A versão do YouTube dedicada às crianças já pode ser usada directamente na Web, através de um site próprio, sem ser necessário descarregar uma aplicação adicional. O objectivo é dar aos mais novos uma versão filtrada do serviço, sem comentários, que apenas inclui conteúdo infantil: músicas, desenhos animados populares, tutoriais de bricolage, vídeos didácticos. Destina-se a crianças entre os quatro e os 12 anos.
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A versão do YouTube dedicada às crianças já pode ser usada directamente na Web, através de um site próprio, sem ser necessário descarregar uma aplicação adicional. O objectivo é dar aos mais novos uma versão filtrada do serviço, sem comentários, que apenas inclui conteúdo infantil: músicas, desenhos animados populares, tutoriais de bricolage, vídeos didácticos. Destina-se a crianças entre os quatro e os 12 anos.
Para aceder ao painel de controlo (chamado “configurações dos pais") basta responder a uma conta de multiplicar simples (por exemplo, 5 x 2). Uma vez lá, é possível definir uma palavra-passe para os adultos, desactivar a função de pesquisa (desse modo, a aplicação apenas mostra os vídeos mais populares), e definir a faixa etária dos utilizadores da aplicação (até aos quatro anos, dos quatro aos oito anos, ou dos oito aos 12 anos). As opções são mais limitadas do que na aplicação móvel, disponível em Portugal desde Setembro de 2018, que permite limitar os vídeos que os mais novos podem ver a colecções temáticas (por exemplo, vídeos de ciência), e definir um tempo limite para utilizar a aplicação.
A nova versão online do YouTube para crianças deverá servir como uma alternativa a menores de 13 anos que utilizem, até agora, o site principal. Questionado pelo PÚBLICO, o Google optou por não comentar o tema.
Em comunicado, a equipa do YouTube Kids admite que podem existir falhas na filtração de algum conteúdo, e pede que qualquer conteúdo impróprio detectado seja denunciado. “O nosso sistema esforça-se por reduzir conteúdo impróprio para cada faixa etária, mas nem todos os vídeos podem ser manualmente revistos”, escreve a equipa do YouTube. Uma versão com credenciais de acesso será disponibilizada em breve: isto irá permitir guardar vídeos e temas preferidos pelos mais novos. No futuro, também será possível limitar mais especificamente o tipo de conteúdo a que as crianças têm acesso, tal como na aplicação.
Em 2017, a empresa foi obrigada a começar a filtrar vídeos de paródias com desenhos animados em cenas violentas (como o Ruca, a Pocoyo e a Peppa Pigs em acidentes de automóvel) a menores de 18 anos ou a utilizadores sem uma conta no YouTube. E embora a versão para crianças do YouTube não autorize anúncios a brinquedos, alimentos açucarados ou fastfood, não limita o acesso a vídeos sobre o tema (com vídeos de crianças a visitar restaurantes de hambúrgueres para brincar, ou a comer bolachas de chocolate populares para adivinharem o sabor).
A nova versão online do YouTube Kids chega numa altura em que o serviço é alvo de escrutínio pelo conteúdo que tem destinado a crianças e aquilo que faz com os dados recolhidos. Nos EUA, a Comissão Federal do Comércio (FTC, na sigla inglesa) abriu uma investigação para averiguar se a empresa recolhia, indevidamente, dados de menores de 13 anos – se o fizer, o YouTube está a violar a lei daquele país sobre a protecção de crianças online. De acordo com informação avançada pela imprensa norte-americana, incluindo o Wall Street Journal e o New York Times, a empresa aceitou pagar entre 150 milhões de dólares a 200 milhões de dólares para encerrar o processo.