Coates custou uma tripla penalização ao Sporting
Uruguaio esteve na origem dos três penáltis que ditaram o triunfo do Rio Ave, em Alvalade. Mesmo depois da reviravolta, “leões” foram incapazes de controlar com bola.
É altamente provável que Sebastián Coates nunca mais esqueça a noite deste sábado. E também será difícil apagar da memória o nome de Mehdi Taremi. Foi esta dupla, formada pelo central do Sporting e pelo avançado do Rio Ave, que decidiu o encontro da 4.ª jornada da Liga, em Alvalade. Três grandes penalidades a favor dos vila-condenses contribuíram para a primeira derrota dos “leões” na prova (2-3), que os impediu de acompanharem o Famalicão no topo da tabela.
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É altamente provável que Sebastián Coates nunca mais esqueça a noite deste sábado. E também será difícil apagar da memória o nome de Mehdi Taremi. Foi esta dupla, formada pelo central do Sporting e pelo avançado do Rio Ave, que decidiu o encontro da 4.ª jornada da Liga, em Alvalade. Três grandes penalidades a favor dos vila-condenses contribuíram para a primeira derrota dos “leões” na prova (2-3), que os impediu de acompanharem o Famalicão no topo da tabela.
O jogo terminou com assobios das bancadas e protestos dos jogadores do Sporting em relação à equipa de arbitragem, mas, antes do lance mais polémico do encontro, o Rio Ave mostrou personalidade e trabalho de laboratório. Alternando entre o 4x2x3x1 e o 4x4x2, em função das movimentações de Taremi (que tanto jogava em linha com Bruno Moreira como baixava para o espaço entre linhas), os visitantes revelaram à-vontade com bola, jogando com frieza em apoio, e chegaram ao golo aos 7’. Variação do centro do jogo, passe de primeira de Diego Lopes e o primeiro capítulo da novela Coates-Taremi. Grande penalidade e 1-0 por Filipe Augusto.
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Demorou a reagir o Sporting, porque o adversário fechava bem o espaço entre linha defensiva e média e porque pressionava alto, com critério, dificultando-lhe a saída de bola — Diego Lopes e Tarantini impediam que a bola entrasse em Wendel ou Vietto, quando o argentino baixava. Mas Bruno Fernandes (quem mais?) iniciou e concluiu uma das poucas jogadas em que os “leões” chegaram com critério a zona de criação. Matheus Reis não conseguiu mais que um corte de recurso e o médio português agradeceu (21’).
O revés não fez oscilar os alicerces do Rio Ave, que manteve a circulação, com Filipe Augusto em grande plano, a decidir bem sob pressão. E com Nuno Santos a deixar a cabeça em água a Acuña e Doumbia, sempre que acelerava em posse.
O Sporting alternava movimentos entre Bruno Fernandes e Vietto para tentar explorar o lado direito da defesa do Rio Ave, com Nelson Monte como lateral improvisado, mas o vila-condenses souberam lidar com as ameaças. Mais dificuldades tiveram em contornar o “desacerto” de Matheus Reis, que transformou um lançamento lateral a favor num lançamento contra, nascendo desse lance o 2-1. Thierry cruzou, a bola ressaltou em Borevkovic e Luiz Phellype, ao segundo poste, finalizou sem oposição.
Em vantagem, os “leões” pareciam confortáveis a darem a iniciativa ao Rio Ave, que manteve os padrões de organização e paciência, circulando de um corredor ao outro com critério no passe. Já a jogarem quase em contínuo no meio-campo ofensivo, os visitantes exploraram a profundidade à procura de Taremi. E aos 85’ assistiu-se ao segundo capítulo, no lance que mais discussão suscitou: nas primeiras repetições, não é visível a infracção, mas as imagens ao dispor do videoárbitro sugerem um toque do joelho de Coates no pé do iraniano. Segundo penálti, Ronan (acabado de entrar para o ataque) contra Renan, 2-2 no marcador.
Voltou a acordar o Sporting, ainda a tempo de ver Acuña desperdiçar de forma improvável um golo feito (o cabeceamento a um metro da baliza acabou no poste), e a tempo de ver Coates cometer o terceiro penálti do jogo, que lhe custou o segundo amarelo. Taremi, sempre ele, adiantou a bola na direcção da baliza e o uruguaio chegou tarde, derrubando o adversário e abrindo alas ao 3-2, da autoria de Filipe Augusto.
O Rio Ave era compensado pela capacidade de assumir a iniciativa e pelo controlo (acabou a partida com 56% de posse), o Sporting punido pela dificuldade no controlo da profundidade e pela apatia que se apoderou da equipa após o 2-1. Consumava-se a primeira derrota dos “leões” em Alvalade, na Liga, desde o desaire no derby da época passada, já lá vão quase sete meses.