Ministra da Saúde admite recorrer a privados para garantir resposta na maternidade do Algarve
Marta Temido diz estar atenta à “situação sensível” do Sul do país. Médicos de outros pontos do país vão reforçar equipa no Algarve e Governo admite contratar pessoal no estrangeiro
A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta sexta-feira a hipótese de recorrer a entidades privadas para colmatar eventuais falhas de pessoal no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). É uma medida para ser posta em prática em “última instância”, mas integra um plano delineado pelo Governo para responder à “situação sensível” vivida no Sul do país.
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A ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu esta sexta-feira a hipótese de recorrer a entidades privadas para colmatar eventuais falhas de pessoal no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). É uma medida para ser posta em prática em “última instância”, mas integra um plano delineado pelo Governo para responder à “situação sensível” vivida no Sul do país.
“Não pomos de parte a hipótese de recorrer a colaborações até de prestadores de entidades privadas, porque aquilo que está em primeiro lugar é garantir que os serviços estão disponíveis”, adiantou a ministra aos jornalistas, à margem da cerimónia de assinatura do contrato para a construção da Ala Pediátrica do Hospital de São João.
Em articulação com o conselho de administração do CHUA e com outros hospitais, está já a ser activado o Verão Algarvio, projecto que “permite que profissionais de outros hospitais se desloquem até ao Algarve e dêem apoio nesta época”. Com “atenção ao mercado”, o Ministério da Saúde não põe também de parte a “contratação de recursos, mesmo fora do país”.
Essa medida implicaria um “processo burocrático” mais complexo e em articulação com a Ordem dos Médicos, admitiu, garantindo, no entanto, que isso não será impedimento para a medida avançar: “Fá-lo-emos se for necessário.”
Este plano poderá avançar na “primeira ou segunda semana” de Setembro, dependendo das necessidades até lá detectadas.
Mais quatro milhões e 75 ambulâncias para o INEM
Questionada pelos jornalistas sobre o desbloqueio das verbas para o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a ministra adiantou que o processo ficou concluído esta semana, na quarta-feira, com a aceitação por parte do Secretário de Estado do Orçamento, João Leão, da “posição do Ministério da Saúde”.
Esta tutela concluiu ser necessário juntar mais quarto milhões à verba antes aprovada pelo Ministério das Finanças: um milhão de euros. Com o valor total de cinco milhões, será possível “garantir subsídios às corporações de bombeiros voluntários, para a renovação do parque de ambulâncias”.
Desta forma, o INEM conseguirá finalmente os 75 veículos desejados. E os protocolos entre a Liga de Bombeiros e o INEM “estarão em condições de ser assinados até ao final do mês [de Setembro]”, avançou Marta Temido.
Em 2017, o INEM apresentou ao Governo um plano plurianual - entre 2018 e 2021 -, onde invocou a “absoluta necessidade de renovação” das ambulâncias, devido à idade elevada das viaturas, muitas delas com mais de 12 anos, e a indisponibilidade em que ficam por motivos de avaria mecânica.