Foram atribuídos mais de 2500 passes Família em menos de um mês
Dados provisórios da Área Metropolitana de Lisboa mostram que foram abrangidas quase dez mil pessoas. Das famílias abrangidas, cerca de 40% já utilizaram o novo passe em Agosto. O Porto ainda aguarda.
O passe Navegante Família arrancou a 22 de Julho na Grande Lisboa e, até ao dia 16 de Agosto, 2564 famílias tinham-no requerido. De acordo com os dados enviados ao PÚBLICO pela Área Metropolitana de Lisboa (AML), os agregados que requereram o passe família têm, em média, 3,7 membros, estando assim abrangidas 9456 pessoas.
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O passe Navegante Família arrancou a 22 de Julho na Grande Lisboa e, até ao dia 16 de Agosto, 2564 famílias tinham-no requerido. De acordo com os dados enviados ao PÚBLICO pela Área Metropolitana de Lisboa (AML), os agregados que requereram o passe família têm, em média, 3,7 membros, estando assim abrangidas 9456 pessoas.
Esta medida é um dos pilares da nova modalidade de passes únicos para toda a área metropolitana que entrou em vigor em Abril e permite que um agregado familiar com três ou mais pessoas pague apenas o valor de dois passes — 60 euros se o passe for municipal, ou 80 euros caso pretenda deslocar-se pelos diferentes municípios da Grande Lisboa.
Segundo a AML, das famílias que requereram o passe, cerca de 40% (1038) carregaram o passe Navegante Família já para o mês de Agosto. Destas, 965 (93%) optaram pelo passe metropolitano, podendo assim viajar em todos os transportes públicos dos 18 concelhos abrangidos, independentemente de se deslocar de autocarro, metro, comboio ou barco. O passe municipal foi a escolha de 73 famílias, que se deslocam nos transportes públicos dentro do seu município.
Por parte da AML, esta considera o número de adesões “positivo” e ressalva que estes valores são ainda “provisórios”. Segundo os seus cálculos — baseados em dados do no Inquérito à Mobilidade 2017 feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e no número de alojamentos onde actualmente vivem três ou mais pessoas, com idade superior a 14 anos —, cerca de 21.000 famílias são potenciais beneficiárias desta modalidade de passe. Feitas as contas, 12% dos eventuais beneficiários requereram o passe. A AML diz que este é “um número relevante”, tendo em conta que o prazo para requerimento teve início a 22 de Julho e que “coincidiu com o período de férias de muitas famílias”.
Beira Baixa tem passe família, mas ninguém o requereu
De acordo com os planos de aplicação das dotações previstas no Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART), além de Lisboa, e também do Porto, só a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB) - que integra os municípios de Castelo Branco, Oleiros, Idanha-a-Nova, Penamacor, Vila Velha de Ródão e Proença-a-Nova - apostou na criação de um passe Família, com a alocação das respectivas verbas.
No entanto, apesar desta medida estar em vigor e de qualquer família que tenha pelo menos dois membros utilizadores de passe poder requerer o desconto, ainda ninguém a utilizou ou requereu. A falta de procura, adiantou fonte da CIMBB, poderá justificar-se pelo facto de “grande parte dos agregados não ter dois passes”, além de uma grande dependência do transporte individual.
Porto ainda aguarda
Esta nova modalidade de passes ainda não chegou ao Porto, apesar de tal ter sido sugerido pelas autoridades competentes, nem há uma data prevista para que tal aconteça. Essa foi, pelo menos, a última resposta que a esta área metropolitana deu ao PÚBLICO: “Atempadamente a Área Metropolitana do Porto irá disponibilizar informação sobre a implementação do Passe Família, não existindo nesta data nenhuma alteração”. Até agora não houve novidades.
No final do Julho, o semanário Expresso, noticiava que esta modalidade de passe – que tal como na AML prevê um custo máximo de 80 euros mensais para toda a família – não estava a ser equacionada por motivos financeiros.
Na quarta-feira passada, na assinatura do Memorando de Entendimento sobre a Intermunicipalização da STCP, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes (que lançou o PART), sublinhou a adesão expressiva — superior à média nacional — dos munícipes do Grande Porto aos transportes públicos nos primeiros sete meses deste ano. No entanto, notou, para tudo estar a funcionar como planeado falta implementar o passe Família. com Luís Villalobos