Manuais gratuitos são opção escolhida por quase todos, indica estudo da Cetelem
Ao contrário do que sucedeu no ano passado, o Observador Cetelem garante que a amostra do novo estudo é só composta por encarregados de educação com filhos em idade escolar.
Quase 90% dos encarregados de educação com filhos no ensino público vão recorrer aos manuais gratuitos que, no próximo ano lectivo, serão disponibilizados pelo Governo aos alunos do 1.º ao 12.º ano, revela um estudo do Observador Cetelem sobre o regresso às aulas, divulgado nesta quarta-feira.
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Quase 90% dos encarregados de educação com filhos no ensino público vão recorrer aos manuais gratuitos que, no próximo ano lectivo, serão disponibilizados pelo Governo aos alunos do 1.º ao 12.º ano, revela um estudo do Observador Cetelem sobre o regresso às aulas, divulgado nesta quarta-feira.
Em 2018/2019, o programa de manuais gratuitos do Ministério da Educação abrangeu só os alunos do 1.º e 2.º ciclos de escolaridade. Num estudo equivalente ao que foi agora publicado, o Observador Cetelem dava conta que só 8% dos encarregados de educação inquiridos se mostraram interessados nessa alternativa. O problema, conforme foi então apontado pelo PÚBLICO, é que só 35% das pessoas entrevistadas neste inquérito tinham filhos em idade escolar. As contas relativas a 2019/2020 já foram feitas de outro modo pelo Observador Cetelem. No estudo agora divulgado refere-se que foram entrevistadas 503 pessoas que têm estudantes a cargo. Para conseguir esta amostra, acrescenta-se, “foi necessário realizar 1302 contactos”. Entre os que constituem a amostra, 62% têm apenas um estudante a seu cargo, 34% têm dois e 4% contam com três.
A opção pelos manuais gratuitos “regista uma maior percentagem no 2.º ciclo (96%), ainda que a intenção seja elevada em todos os graus de ensino (entre 74% e 89%)”, refere-se no estudo, segundo o qual a intenção e comprar manuais novos é mais elevada entre os pais com filhos no 3.º ciclo e secundário.
A generalização dos manuais gratuitos traduz-se numa poupança de mais de 100 euros nos cálculos que os pais fazem quanto ao que tencionam gastar neste regresso às aulas. No ano passado, previam gastar em média 487 euros, este ano ficam-se pelos 363 euros. “A maioria dos inquiridos refere que o montante que iriam despender com manuais escolares será agora utilizado em despesas familiares correntes (57%)”, adianta o Observador Cetelem.
O inquérito relativo a 2019/2020 confirma que os pais portugueses continuam a comprar o material escolar pouco antes do início do ano lectivo: 48% pensam fazer estas compras duas semanas antes do início das aulas e 34% só o farão uma semana antes ou já mesmo quando as aulas começarem.
Esta característica é também preponderante no que toca ao levantamento dos manuais gratuitos. Numa nota divulgada nesta terça-feira, o Ministério da Educação indicou que só metade dos vouchers emitidos para a entrega dos manuais foi até agora resgatada pelos encarregados de educação.
Estes vouchers são utilizados para levantar os manuais atribuídos a cada aluno: os novos são entregues nas livrarias e os usados nas escolas.