Aqui, é possível atravessar um lago de bicicleta e pedalar sobre as árvores
A região belga de Limburgo está a reinventar as ciclovias para atrair mais visitantes e recuperar a natureza. Para pedalar por entre um lago, pelos ares em redor das árvores e, em breve, por um percurso subterrâneo.
O percurso chama-se “Pedalar entre as árvores” e a proposta é literal: a pista sobe em círculo sobre um bosque de coníferas, no município de Hechtel-Eksel, para pousar os ciclistas a 10 metros de altura, com vistas de 360º sobre a antiga região mineira, antes de descerem em circunferência até ao solo.
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O percurso chama-se “Pedalar entre as árvores” e a proposta é literal: a pista sobe em círculo sobre um bosque de coníferas, no município de Hechtel-Eksel, para pousar os ciclistas a 10 metros de altura, com vistas de 360º sobre a antiga região mineira, antes de descerem em circunferência até ao solo.
A ciclovia foi inaugurada em meados de Junho e faz parte do projecto “Sinergia Ciclística”, criado pela entidade de turismo da região de Limburgo com o objectivo de trazer novas experiências à rede de percursos cicláveis que existe na região (cerca de 2000 quilómetros, “a maioria sem carros”).
O primeiro trajecto inovador foi inaugurado em 2016: um corredor com 212 metros de comprimento que atravessa em recta um lago junto a Bokrijk. Pormenor: as paredes do trilho descem a 1,50m de profundidade, deixando os olhos dos ciclistas ao nível do espelho de água e dos patos que por ali se passeiam. Foi um sucesso. Em média, recebe 800 visitantes por dia, sendo que ao fim-de-semana os números chegam a 5000, segundo a revista Traveler.
Para os próximos anos, estão planeados dois novos trajectos, um subterrâneo pelas caves das pedreiras de Kanne e uma “ponte ciclável monumental pelo calor” do Hoge Kempen, o único parque nacional da Bélgica.
Mas, por agora, é nas copas das árvores que se concentram atenções. A estrutura, com um total de 700 metros de comprimento e 100 de diâmetro, pode ser percorrida de bicicleta ou a pé. Fica no coração de Bosland, um bosque com mais de 5000 hectares, onde predominam as coníferas, plantadas no início do século passado pela indústria mineira para produzir madeira.
Com o encerramento das minas, as árvores não foram cortadas, afectando o desenvolvimento estrutural do bosque. Daí que o projecto queira ter tanto de atracção turística quanto de preservação da natureza: a estrutura (e o abate de árvores no local) permite criar mais espaço e luz para que as “pequenas árvores autóctones, nos níveis mais baixos da floresta, possam crescer”.
“Desta forma, estamos a trabalhar passo a passo para criar recursos florestais saudáveis e equilibrados com árvores pequenas, médias e altas”, refere o site do Turismo de Limburgo. No início do percurso foi criada uma estrutura de informação e de descanso com os troncos colhidos durante a obra.