De Jack Taylor aos 60 anos de um dos piores filmes de sempre: já se sabe tudo o que vai passar no MOTELX
A 13.ª edição do festival de cinema de terror (e não só) lisboeta já tem a sua programação completa. Inclui a presença de Jack Taylor, o norte-americano radicado em Espanha que colaborou com Jesús Franco e o 60.º aniversário de Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood.
Jack Taylor, o nome artístico de George Brown Randall, actor norte-americano radicado em Espanha que colaborou, nos tempos áureos da exploitation espanhola, com o falecido realizador de culto Jesús Franco, bem como com Ridley Scott, Monte Hellman, John Milius ou Miloš Forman, é uma das novas confirmações da 13.ª edição do MOTELX. O festival lisboeta de cinema de terror (e não só), que decorre entre 10 e 15 de Setembro no Cinema São Jorge, divulgou esta manhã a sua programação completa.
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Jack Taylor, o nome artístico de George Brown Randall, actor norte-americano radicado em Espanha que colaborou, nos tempos áureos da exploitation espanhola, com o falecido realizador de culto Jesús Franco, bem como com Ridley Scott, Monte Hellman, John Milius ou Miloš Forman, é uma das novas confirmações da 13.ª edição do MOTELX. O festival lisboeta de cinema de terror (e não só), que decorre entre 10 e 15 de Setembro no Cinema São Jorge, divulgou esta manhã a sua programação completa.
O festival revelou também quais serão os filmes de abertura e encerramento. No dia 10, o arranque faz-se com Ma, thriller de Tate Taylor, o realizador de As Serviçais, com Octavia Spencer a aterrorizar adolescentes na sua cave, enquanto o fecho, no dia 15, se fará com Come to Daddy, a estreia de Ant Timpson, uma comédia negra sangrenta em que Elijah Wood faz o papel de um homem que ruma a uma casa remota na Ilha de Vancouver, Canadá, para reencontrar o pai, que não vê desde a infância.
Jack Taylor vem a Lisboa, na sexta-feira, dia 13, mostrar Jack Taylor, Testigo del Fantástico, um documentário de 2018 realizado por Diego López sobre a carreira do actor, e Succubus, também conhecido como Necronomicon, alucinação que foi o primeiro filme que Jesús Franco rodou fora de Espanha (foi rodado em Lisboa e Berlim, com investimento alemão). Fritz Lang – sim, esse mesmo – disse sobre ele: “O primeiro filme erótico que vi até ao fim porque é uma belíssima obra de arte”.
A presença de Taylor junta-se à do já anunciado Ari Aster, o realizador de Hereditário que vem mostrar o novo Midsommar na mesma sexta-feira 13, bem como relembrar, no dia seguinte, o seu filme anterior e, dar uma masterclass de folclore de terror com o escritor Howard David Ingham, autor de We Don't Go Back: A Watcher's Guide to Folk Horror, sobre esse mesmo tema, no dia 15.
São oito os filmes na competição de Melhor Longa de Terror Europeia/Méliès d'Argent: Faz-me Companhia, de Gonçalo Almeida, que se estreia mundialmente aqui, All the Gods in the Sky, do francês Quarxx, Extra Ordinary, dos irlandeses Mike Ahern e Enda Loughman, duo conhecido como D.A.D.D.Y., Finale, do dinarmaquês Søren Juul Petersen, Get In, do francês Olivier Abbou A Good Woman is Hard to Find, do britânico Abner Pastoll, que é mostrado internacionalmente pela primeira vez, The Hole in the Ground, do também britânico Lee Cronin, e Why Don’t You Just Die!, do russo Kirill Sokolov.
Na secção Serviço de Quarto, são 26 os filmes internacionais, e incluem Bacurau, dos brasileiros Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que já passou nas Curtas de Vila do Conde e venceu o Prémio do Júri em Cannes este ano. Também há espaço para The Gangster, the Cop, the Devil, do sul-coreano Lee Won-Tae, It Comes, do japonês Tetsuya Nakashima, Diner, da sua compatriota Mika Ninagawa, Tumbbad, do indiano Rahi Anil Barve, The Entity, do filipino Erik Matti, The Pool, do tailandês Ping Lumpraploeng, e Blood Machines, do duo francês que assina como Seth Ickerman. E vários nomes norte-americanos, com The Wind, western de terror de Emma Tammi, Nightmare Cinema, antologia realizada por Mick Garris, Joe Dante, David Slade, Ryuhei Kitamura e Alejandro Brugués, Bliss, de Joe Begos, Carmilla, de Emily Harris, Something Else, de Jeremy Gardner e Christian Stella, Swallow, de Carlo Mirabella-Davis, I See You, de Adam Randall e Harpoon, do canadiano Rob Grant.
Vão ver-se também filmes de dois realizadores suecos: Koko-di Koko-da, de Johannes Nyholm, sobre um casal a tentar reconciliar-se enquanto um artista circense lhe faz a vida negra, e Lords of Chaos, o filme de Jonas Åkerlund sobre os Mayhem e a sanguinária cena de black metal escandinava dos anos 1980 e 1990, da qual o próprio Åkerlund, ex-membro dos Bathory que hoje realiza vídeos para nomes como Madonna, fez parte.
O documentário sobre Jack Taylor e Memory: The Origins of Alien, de Alexandre O. Philippe sobre a criação de Alien - O 8º Passageiro, de Ridley Scott, cujos 40 anos são assinalados no festival com um novo restauro em resolução 4K do filme, não são os únicos do MOTELX. Jairo's Revenge, de Simon Hernandez, atira-se ao trabalho do realizador colombiano Jairo Pinilla, enquanto Blood & Flesh, de David Gregory, versa sobre o realizador de terror série b norte-americano Al Adamson. Há ainda Horror Noire: A History of Black Horror, de Xavier Burgin, que analisa a forma como as pessoas negras têm sido retratadas no cinema de terror ao longo dos anos (nem sempre muito bem).
A efeméride de Alien não é a única. Os 60 anos de Plan 9 From Outer Space, de Ed Wood, serão assinalados durante o aquecimento para o festival, com uma sessão ao ar livre no Largo Trindade Coelho de Ed Wood, o biopic de 1994 que Tim Burton fez sobre o entusiástico realizador de filmes independentes de baixo orçamento cuja obra aparece regularmente na lista de piores filmes de sempre – o aquecimento inclui também uma já esgotadíssima visita nocturna ao Museu Nacional de Arte Antiga, a 5 de Setembro, e um cine-concerto com Filipe Raposo no dia 6. O próprio Plan 9 será exibido na noite de sábado, dia 14, com comentários ao vivo pelos argumentistas Susana Romana e Tiago R. Santos.