Netanyahu avisa líder do Hezbollah para se “acalmar”
Primeiro-ministro israelita diz que o país “sabe defender-se” e que “paga sempre aos seus inimigos”. Líder do movimento islamista libanês prometera atacar soldados israelitas em resposta a ataques com drones no seu território.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aconselhou o líder do movimento islamista libanês Hezbollah a “acalmar-se”, depois de Hassan Nasrallah ter prometido lançar ataques contra soldados israelitas na fronteira entre os dois países.
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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aconselhou o líder do movimento islamista libanês Hezbollah a “acalmar-se”, depois de Hassan Nasrallah ter prometido lançar ataques contra soldados israelitas na fronteira entre os dois países.
A tensão entre Telavive e Beirute aumentou nos últimos dias, na sequência de uma série de ataques israelitas com drones, no Líbano e também na Síria.
Dois desses ataques aconteceram entre domingo e segunda-feira, no Líbano, quando dois drones israelitas explodiram nos subúrbios da capital, Beirute, e numa província mais a Leste, perto da fronteira com a Síria.
Um dos drones chocou contra o edifício onde estão instalados os serviços de comunicação do Hezbollah, perto da capital, e o alvo mais próximo da Síria foi uma base do grupo palestiniano Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral. Nenhum dos ataques provocou vítimas.
Tanto o Hezbollah como o grupo palestiniano combatem ao lado do Governo do Presidente sírio, Bashar al-Assad, e são apoiados pelo Irão.
O Governo de Israel já lançou centenas de ataques na região desde o início da guerra na Síria, em 2011. O seu objectivo é tentar travar a influência iraniana perto das suas fronteiras e impedir a chegada de material militar iraniano, mais sofisticado, aos combatentes do Hezbollah no Líbano.
Aviso ao Irão
No domingo, após o primeiro ataque no Líbano, em Beirute, o líder do movimento islamista libanês ameaçou lançar ataques contra soldados de Israel na fronteira entre os dois países, e prometeu mandar abater qualquer drone israelita. Poucas horas mais tarde, o Exército de Israel atacou a base no Líbano da Frente Popular para a Libertação da Palestina – Comando Geral, novamente com drones.
“Eu ouvi o que o Nasrallah disse”, sublinhou o primeiro-ministro de Israel numa comunicação em vídeo. “Sugiro ao Nasrallah que se acalme. Ele sabe bem que Israel sabe defender-se e que paga sempre aos seus inimigos.”
Pouco depois, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, partilhava uma mensagem de apoio a Israel através do Twitter: “Tive uma excelente conversa com o primeiro-ministro Netanyahu esta manhã. Os Estados Unidos apoiam totalmente o direito de Israel a defender-se de ameaças iminentes. Sob a presidência de Donald Trump, a América vai sempre estar ao lado de Israel!”
Antes do aviso do primeiro-ministro israelita ao líder do Hezbollah, o Presidente libanês, Michel Aoun, disse que os ataques com drones no Líbano são comparáveis a uma “declaração de guerra”. E o chefe do Governo, Saad Hariri, referiu-se a eles como uma “ameaça à estabilidade regional”.
Para além dos ataques com drones no Líbano, as forças de Israel lançaram também um ataque em território sírio.
Apesar de raramente falarem em público sobre este tipo de operações, os responsáveis do Exército israelita assumiram, no sábado, a responsabilidade por esse ataque. Segundo um porta-voz das Forças de Defesa de Israel, a operação travou um plano das forças de elite iranianas Al-Quds para lançar drones com explosivos contra alvos no Norte de Israel.
Depois da declaração em vídeo em que aconselhou o líder do Hezbollah a “acalmar-se”, o primeiro-ministro israelita dirigiu-se às forças iranianas numa mensagem publicada no Twitter. “Reitero: o Irão não tem imunidade em lado nenhum. As nossas forças operam em qualquer sector contra a agressão iraniana. Se alguém quiser matar-nos, nós matamo-los antes.”