Nick Cave ia deixando cair a seringa
Quando P.J. Harvey acabou com ele, Nick Cave ficou tão surpreendido que ia deixando cair a seringa. Quando um gajo, que tinha acabado de sair do psiquiatra, telefonou à Vanessa a dizer que ia “pensar”, ela ia morrendo. Mas atropelada.
Nick Cave não estava à espera que a P.J. Harvey acabasse com ele. Num site onde responde às perguntas dos fãs, The Red Hand Files, Nick esclareceu agora tudo. Foi o Ramón, um fã de São Paulo, que fez a pergunta: “Porque é que desistiu da sua relação com P.J. Harvey? Adoro a música dela. Acho que é uma pessoa maravilhosa e escreve canções brilhantes”.
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Nick Cave não estava à espera que a P.J. Harvey acabasse com ele. Num site onde responde às perguntas dos fãs, The Red Hand Files, Nick esclareceu agora tudo. Foi o Ramón, um fã de São Paulo, que fez a pergunta: “Porque é que desistiu da sua relação com P.J. Harvey? Adoro a música dela. Acho que é uma pessoa maravilhosa e escreve canções brilhantes”.
A resposta de Nick Cave é provavelmente o melhor pedaço de texto de Agosto de 2019: “A verdade é que eu não desisti da P.J. Harvey, ela é que desistiu de mim. Eu estava sentado no chão do meu apartamento em Notting Hill, o sol a entrar pela janela (talvez), a sentir-me bem, tinha uma namorada que era uma cantora talentosa e jovem e de repente o telefone toca. Atendi e era a Polly.
- Olá, disse eu (Nick Cave)
- Quero acabar contigo (P.J.Harvey)
- Porquê? (Nick)
- Porque está acabado. (P.J.)
Fiquei tão surpreendido que quase deixei cair a seringa”.
Foi a Vanessa que me mandou o link da história, divulgada em Portugal pelo Blitz.
- Epá, tenho tantas histórias boas mas nenhuma como esta.
- Mas também não és o Nick Cave.
- Sim, nunca estive para deixar cair nenhuma seringa, mas ia morrendo atropelada. Lembras-te do Chico?
- Não.
- Fogo, o Chico! Um tipo com quem eu andei dois meses e que me ligou assim que saiu do psiquiatra.
Tinha uma vaga ideia, mas a coisa devia ter-se passado há séculos.
- Como não te lembras? Eu contei-te tudo! A sério, ia sendo atropelada por um carro, não vi que o sinal estava vermelho.
- Sim, já estou a ver. Esse era mesmo um cretino.
- Coitadinho, estava deprimido. Mas, sim, tive vontade de o matar. Na altura. Agora quero lá saber nem sei se está vivo se morto. Oh pá, o gajo tinha acabado de sair do psiquiatra que lhe tinha dito que ele está com um problema grave porque não tem a certeza se quer ficar comigo ou com a ex-mulher. E o sacana telefona-me a contar a consulta! Estás a ver quando a avenida da Liberdade está entupida de automóveis? Foi numa altura assim. Eu se tivesse uma seringa na mão, tinha-a deixado cair de certeza.
- O gajo era pouco inteligente.
- Já te disse que estava deprimido, coitadinho. Sei lá, não ter começado a dar na veia até foi muito bom. Mas pronto quando o gajo me diz que está a hesitar eu fiquei passada, claro. E disse-lhe que escusava de pensar o que quer que fosse porque quem ia acabar com ele era eu e era naquele preciso minuto. Mas enquanto eu estava a acabar a relação, o sinal fica vermelho para os peões. E foi por um triz que aquele sacana não me matou!
- O motorista?
- Não, o deprimido. Se não fosse o gajo ter decidido vir contar a consulta com o psiquiatra e lá aquela coisa da indecisão, eu não me teria distraído com o automóvel! O filho da mãe! Também é verdade que foi a única vez que eu ia morrendo depois de alguém acabar comigo. Not bad, certo?
Not bad seeds absolutamente.