PSP aperta o cerco a motociclistas até ao fim da semana
A fiscalização da PSP decorre até esta sexta-feira. Segundo dados de 2018, as mortes de condutores de motociclos diminuíram, mas o número de acidentes aumentou.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) começa esta segunda-feira a operação “2 Rodas em Segurança” que até sexta-feira vai fiscalizar veículos de duas rodas com motor, justificada pela “gravidade e consequências dos acidentes que têm ocorrido”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) começa esta segunda-feira a operação “2 Rodas em Segurança” que até sexta-feira vai fiscalizar veículos de duas rodas com motor, justificada pela “gravidade e consequências dos acidentes que têm ocorrido”.
Um comunicado da PSP refere que a operação decorre a nível nacional com várias acções de fiscalização do trânsito, especialmente direccionadas para a fiscalização dos veículos motorizados de duas rodas (motociclos e ciclomotores) e para os comportamentos de risco dos condutores de outros veículos “que coloquem em causa a segurança dos motociclistas/ciclomotoristas”.
A polícia lembra que “o excesso de velocidade, o desrespeito da obrigação de parar no sinal vermelho do semáforo, a condução sob influência do álcool e drogas, a não utilização de capacete de protecção, não sinalização de manobras, ultrapassagens irregulares são as infracções que mais contribuem para a sinistralidade rodoviária”.
A fiscalização terá especial atenção à não utilização de capacete, ultrapassagens irregulares, excesso de velocidade, condução sob efeito de álcool, mudanças irregulares da via de trânsito e desrespeito das regras de prioridade.
Mortes de condutores de motociclos diminuíram, mas acidentes aumentaram
Depois de, entre 2016 e 2017, o total de vítimas mortais em acidentes com motociclos ter mais do que duplicado (de 43 para 93), em 2018 voltou a descer. Segundo a contabilização da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) no ano passado morreram 74 pessoas na sequência deste tipo de sinistro, uma redução de 20% em relação ao período homólogo.
Os dados da ANSR, uma junção entre informações fornecidas pela PSP e pela Guarda Nacional Republicana (GNR), mostram ainda que os motociclos (com mais de 50 cm3 de cilindrada) são o tipo de veículo mais envolvido em acidentes por cada 1000 do mesmo tipo em circulação: são 27. O número de veículos deste tipo envolvidos em acidentes passou de 5758, em 2017, para 6011, em 2018.
As colisões (3705) são o tipo de acidente em que os motociclos mais estão envolvidos, seguem-se os despistes (2134) e os atropelamentos (172).
Quanto à idade do veículo, mais de um terço dos motociclos envolvidos em acidentes tinha menos de quatro anos em 2018. O número é superior ao de outras categorias. Nos veículos ligeiros só 16% dos acidentados têm menos de quatro anos; nos veículos pesados só 17% está nesta faixa etária; e nos ciclomotores esta proporção fica-se pelos 15%.
Os dados mostram também que o total de vítimas mortais em acidentes com ciclomotores (veículos com menos ou até de 50 cm3 de cilindrada e que não excedem os 50 quilómetros por hora) diminuiu em 2018, passando de 33 para 30. No total, contabilizam-se 2565 acidentes que envolveram ciclomotores, uma diminuição de 402 acidentes em relação a 2017.
Por outro lado, os dados na ANSR mostram que o número total de acidentes que envolvem motociclos aumentou, passando de 5758 em 2017 para 6011 em 2018.
O número de atropelamentos que envolvem este tipo de veículo também aumentou (148 em 2017 para 172 em 2018) bem como as colisões, aumentando de 3465 para 3705 em 2018. No que toca aos tipos de acidentes envolvendo motociclos, apenas o número de despistes diminuiu em 2018, fixando-se nos 2134 acidentes deste tipo.
A GNR também realizou durante o mês de Julho uma operação sensibilização e fiscalização rodoviária à condução de motociclos e ciclomotores nas vias com mais trânsito. De acordo com a informação avançada no início do mês de Julho, a GNR detectou, no primeiro semestre deste ano, 401 condutores de motociclos ou de ciclomotores que não usavam capacete e foram detidos outros 536 por não possuírem habilitação legal para conduzir.