António Costa, o primeiro-ministro “sagaz” que dá “alguma esperança” à Europa
Financial Times analisa o estado actual do país à beira de eleições. Escreve que Portugal dá “alguma esperança”, apesar do trabalho que ainda precisa de ser feito e diz que nem tudo foi obra de Costa, mas do anterior Governo.
Para o Financial Times, Portugal é uma espécie de luz ao fundo do túnel na Europa, que dá sinais de recessão. No editorial do jornal, esta segunda-feira, com o título Perspectivas brilhantes para Portugal levam alguma esperança à Europa, o autor discorre sobre as conquistas do “sagaz” António Costa, que foi eleito prometendo acabar com a austeridade, mas que acabou por beneficiar do que foi feito pelo anterior Governo.
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Para o Financial Times, Portugal é uma espécie de luz ao fundo do túnel na Europa, que dá sinais de recessão. No editorial do jornal, esta segunda-feira, com o título Perspectivas brilhantes para Portugal levam alguma esperança à Europa, o autor discorre sobre as conquistas do “sagaz” António Costa, que foi eleito prometendo acabar com a austeridade, mas que acabou por beneficiar do que foi feito pelo anterior Governo.
Em duas meias colunas, o jornal de economia analisa a situação actual de Portugal e, se encontra coisas positivas, também refere os desafios que os portugueses ainda têm pela frente, a começar pela elevada dívida, “acima dos 100% do PIB”. Apesar disso, acrescenta, António Costa tem “razões para estar mais optimista do que muitos outros líderes europeus”.
O editorialista começa por lembrar que, na semana passada, a agência Moody’s mudou o rating de Portugal de “estável” para “positivo” e conclui que este “sucesso” do Governo de António Costa vem de dois lados: “De escolhas sólidas de políticas” e de uma “boa dose de sorte”.
Há situações que contribuem para melhorias no país, lê-se no FT, nomeadamente uma baixa taxa de criminalidade e um clima acolhedor que ajuda tanto à imigração como a investidores externos, e, por isso, apesar de reconhecer que a coligação de Governo gerou melhorias, lembra que “não tem todo o mérito pela sorte/bons resultados”. “A recuperação global e o boom do turismo internacional tiveram o papel mais importante”, escreve o FT.
É aqui que entra, diz o jornal, o papel das medidas que foram tomadas pelo executivo de Passos Coelho. “Fazendo campanha para as últimas eleições no final desse período, o sagaz António Costa beneficiou do legado das acções duras do centro-direita, mesmo quando se lançou como candidato antiausteridade”, escreve o jornal, que recorda que Costa é, no entanto, criticado por uma espécie de “austeridade leve” e por ser demasiado “cauteloso no investimento enquanto corta no défice”.
Neste ponto, o jornal concorda com o caminho seguido, lembrando que Costa ainda tem muito para fazer, nomeadamente deve “manter o caminho de gestão orçamental prudente, mas sem austeridade punitiva”. Além disso, aconselha a que o Governo faça “reformas profundas” na Administração Pública, que considera ultrapassada.
“À medida que as nuvens de tempestade se juntam sobre a economia mundial, Portugal deve ter uma visão mais clara da sua futura orientação e estratégias económicas”, conclui o jornal.
O editorial sai dias depois de António Costa ter dado uma entrevista ao Expresso, na qual diz querer que Portugal seja “uma espécie de aldeia do Astérix da estabilidade”. Falando do cenário que pode resultar das eleições de Outubro, Costa assume que “ninguém quer” cenários de instabilidade como o de Espanha. “Um dos factores distintivos de Portugal no conjunto da Europa é sermos praticamente uma espécie de aldeia do Astérix da estabilidade. E isso é uma mais-valia imensa no que pagamos em juros, na capacidade de atrair investimento estrangeiro.”
A comparação com Espanha também aparece nesta coluna de opinião do FT, lembrando que em Portugal o desemprego é de 6,7% e no país vizinho está acima de 14%.