Ataque ao Bloco? Costa diz que quer “trabalhar com todos”
O líder do PS recusou-se a retorquir a Catarina Martins e sugere que a resposta que deu sobre o BE foi retirada do contexto. Já Rui Rio diz que as declarações polémicas mostram “ingratidão”.
António Costa não confirma nem desmente que quis desferir um ataque ao Bloco de Esquerda na entrevista ao Expresso. Confrontado com as reacções das dirigentes bloquistas Catarina Martins e Marisa Matias às suas declarações relativas ao “partido dos mass media”, o líder do PS sugere que as declarações estão retiradas do contexto e aconselha a que se lei a entrevista na íntegra.
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António Costa não confirma nem desmente que quis desferir um ataque ao Bloco de Esquerda na entrevista ao Expresso. Confrontado com as reacções das dirigentes bloquistas Catarina Martins e Marisa Matias às suas declarações relativas ao “partido dos mass media”, o líder do PS sugere que as declarações estão retiradas do contexto e aconselha a que se lei a entrevista na íntegra.
“Recomendo que tem estiver interessado em ler a entrevista, que leia a entrevista toda e não a resposta a uma única pergunta que, aliás, retirada do contexto pode ter um sentido diverso daquele que tem no conjunto da entrevista”, respondeu aos jornalistas.
António Costa está a fazer uma viagem pela Estrada Nacional 2 (EN2) e, em São Brás de Alportel, no Algarve, recusou-se a alimentar a polémica. E questionado sobre se, depois das eleições, vai continuar a viagem sozinho, afirmou que nunca se vai sozinho, e que continuará “com o país” e a “trabalhar com todos”.
Já Rui Rio viu nas declarações de Costa sobre o BE um sinal de “ingratidão”. “Nós não devemos andar na política à espera de gratidão, mas a ingratidão não é uma coisa bonita”, disse. E acrescentou: “Aquilo que eu noto e leio naquela entrevista é efectivamente uma relação com quem o apoiou que mostra uma forma de estar. “Depois de quatro anos de braço dado com o BE, vira as costas, e vira ao Bloco de Esquerda ou a outro qualquer”.
Em declarações aos jornalistas no sábado à noite, o líder do PSD considerou que se trata, portanto, de “um divórcio violento” e mostram que António Costa “está com medo de que os votos da esquerda fujam para o BE”.
Rio também não gostou do que leu na entrevista do líder do PS sobre o seu partido, considerando que “não é adequado” e salientou que não é uma “marca” do seu partido “prometer tudo a todos”.
“Ele [António Costa] não disse que o PSD tem um mau programa eleitoral, disse que no programa eleitoral do PSD se prometia tudo a todos, que é exactamente aquilo que eu não faço. Mas depois também confessou que não leu o programa, portanto é normal que quem não leu o programa possa fazer um comentário que não é adequado ao programa”, disse Rui Rio.