Urgência da Maternidade Bissaya Barreto em Coimbra encerra dois dias por falta de obstetras

A denúncia partiu da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e diz que existe ma “preocupante falta de obstetras na zona Centro do país”.

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jos Joao Silva

A falta de obstetras vai levar ao encerramento da urgência da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, durante dois dias da próxima semana, denunciou a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

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A falta de obstetras vai levar ao encerramento da urgência da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, durante dois dias da próxima semana, denunciou a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).

Em comunicado enviado à agência Lusa, a SRCOM revela que existe uma “preocupante falta de obstetras na zona Centro do país, claramente insuficientes para dar resposta adequada às necessidades dos cidadãos”.

Entre as 21h00 de segunda-feira e as 09h00 de terça-feira, e durante todo o dia 31, a urgência da Maternidade Bissaya Barreto vai estar encerrada, obrigando os cidadãos a recorrerem à Maternidade Dr. Daniel de Matos, diz a Ordem.

Além da falta de recursos humanos, a SRCOM denuncia também a incorrecta dotação de obstetras das duas maternidades de Coimbra.

“As respectivas unidades estão a funcionar muitas vezes no limite, bastando haver uma baixa de um médico para colocar em causa todo o funcionamento do serviço”, refere o comunicado.

Citado na nota, o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, considera que “as graves carências de obstetras são inaceitáveis”, porque ano após ano existe uma “total desconsideração na atribuição de vagas para obstetrícia com consequências inevitáveis no bom funcionamento dos serviços”.

“O Ministério da Saúde tem de parar de considerar, erradamente, as duas maternidades de Coimbra como uma só e tem de fazer uma dotação de obstetras em conformidade. Encerrar uma delas não poderá nunca ser uma solução, porque não haveria capacidade de resposta”, salienta.

Carlos Cortes reitera ainda o seu total apoio e consideração pelos médicos em serviço, que “têm feito um enorme esforço, a trabalhar muitas vezes no limite das suas capacidades, para manterem a resposta sem prejudicarem os cidadãos”.

A SRCOM alerta para a necessidade de o Ministério da Saúde resolver com a máxima urgência esta situação, que se tem agravado ano após ano apesar dos inúmeros alertas da Ordem dos Médicos.

Fonte do gabinete de comunicação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) disse à agência Lusa que “a função urgência obstétrica está garantida”, mas que, “por razões circunstanciais, no período da noite do próximo dia 26 de Agosto, o serviço de obstetrícia B, que funciona na Maternidade Bissaya Barreto, conta com menos um obstetra”.

“Por esse facto, o CHUC, tendo sempre por princípio o atendimento às utentes com toda a segurança, tomou medidas cautelares no sentido de reorientar a eventual procura externa, nesse período, para o seu serviço de obstetrícia A que funciona na Maternidade Daniel de Matos”, adiantou.

As duas maternidades de Coimbra integram o CHUC, que garante um atendimento “com a mesma qualidade e segurança” em qualquer uma das unidades de obstetrícia.

Fonte do CHUC adiantou ainda que estão a ser desenvolvidos esforços para que a urgência da Maternidade Bissaya Barreto não encerre no dia 31 de Agosto.