Bolsonaro quer abrir concurso para grandes barragens na Amazónia

Presidente do Brasil quer retomar planos que são ambições antigas do sector eléctrico. Até hoje ficaram no papel pelo impacto ambiental.

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Com a Amazónia a arder, Bolsonaro anuncia mais medidas com forte impacto ambiental BRUNO KELLY/Reuters

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, quer abrir a concurso a construção e exploração de grandes barragens para produção de energia eléctrica na zona da Amazónia, segundo o jornal Estado de São Paulo.

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O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, quer abrir a concurso a construção e exploração de grandes barragens para produção de energia eléctrica na zona da Amazónia, segundo o jornal Estado de São Paulo.

O plano foi anunciado quando a floresta da Amazónia está a arder a um ritmo considerado preocupante pelos ambientalistas. As barragens levam a uma série de problemas ambientais graves e ameaçam ainda zonas onde vivem comunidades indígenas.

A construção das duas grandes barragens (uma em Bem Querer, em Roraima, e outra em Tabajara, Rondônia) foram anunciadas num pacote de privatizações, concessões de exploração e concursos que o Governo quer levar a cabo nos próximos anos.

O plano inclui a privatização dos serviços públicos de Correios, da Casa da Moeda, e da Codesp, que gere Santos, o maior porto da América Latina, detalham a Reuters e a edição Brasil do El País. Especulou-se ainda que a Petrobras poderia estar no pacote de empresas públicas a privatizar; o Governo negou. 

Entre as concessões estão os parques nacionais de Lençóis MaranhensesJericoacoara e Iguaçu. 

Quanto às barragens, estas duas centrais hidroeléctricas já estiveram em planos do Governo durante as presidências de Lula da Silva e Dilma Rousseff, mas nunca avançaram pelo forte impacto ambiental.

A primeira inundaria uma área de 519 quilómetros quadrados, uma parte da qual em terras indígenas, e a segunda cobriria 96,3 km² de floresta na região de Machadinho do D’Oeste, área protegida para conservação ambiental.

A lei, nota o Estado de São Paulo, impede a construção de barragens caso tenham impacto directo em terras indígenas ou zonas de protecção ambiental permanente.