Carne responsável por surto de listeriose na Andaluzia não é comercializada em Portugal
Fonte da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária confirmou ao PÚBLICO que não houve importação do produto da empresa Magrudis. Idosa de 90 anos morreu na madrugada de segunda-feira. Nesta região autónoma de Espanha há 114 infectados pela doença.
A carne contaminada responsável pela origem do surto de listeriose que assola a região da Andaluzia não é comercializada em Portugal. A garantia foi dada ao PÚBLICO por fonte da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e tem como base o alerta europeu que notifica todos os países destinatários de determinado produto que não cumpra as normas de higiene e segurança.
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A carne contaminada responsável pela origem do surto de listeriose que assola a região da Andaluzia não é comercializada em Portugal. A garantia foi dada ao PÚBLICO por fonte da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e tem como base o alerta europeu que notifica todos os países destinatários de determinado produto que não cumpra as normas de higiene e segurança.
“Sempre que é detectada uma anomalia de um produto que coloca em causa a segurança alimentar é emitido um alerta para todos os países da União Europeia que identifica os Estados-membros que o recebem. Neste caso, Portugal não foi destino do produto. Temos um plano de rastreio desta bactéria e não existem no nosso mercado quaisquer produtos contaminados. Não existe qualquer risco de consumo em Portugal”, acrescenta a mesma fonte.
Cerca de duas mil embalagens do produto alimentar em questão, carne picada fabricada pela Magrudis, foram recolhidas pela empresa sediada em Sevilha. A ministra da Saúde espanhola, María Luisa Carcedo, informou, esta terça-feira, que foi decretado o alerta sanitário na comunidade autónoma da Andaluzia. “Decretámos esta rede de alerta logo que tomámos conta do sucedido”, afirmou a governante, citada pelo canal La Sexta.
Na madrugada desta segunda-feira, registou-se a primeira morte associada ao surto: uma idosa com 90 anos residente na Andaluzia, a comunidade autónoma de Espanha mais populosa, não resistiu à infecção resultante do consumo de alimentos contaminados. A mulher tinha dado entrada no hospital na passada quinta-feira, dia 15 de Agosto, apresentando sinais e sintomas da infecção nos quatro dias que antecederam o internamento. O diário El País avança que são já 114 as pessoas infectadas na Andaluzia, sendo que, deste número, 53 se encontram hospitalizadas. Dois recém-nascidos e 18 grávidas estão entre os infectados. Os casos de internamentos motivados pelo surto repartem-se por Sevilha (35), Huelva (7), Málaga (6) e Cádiz (5).
A Agência de Saúde Pública da Catalunha reportou a existência de “suspeita clínica” de duas pessoas da mesma família infectadas nesta região autónoma. Ao que tudo indica, um terceiro familiar terá viajado de Sevilha transportando carne contaminada, ingerida posteriormente pelas três pessoas. Alguns dias depois, começaram a sofrer vómitos, diarreia, dos quais já recuperaram, detalha o El País.
A listeriose é provocada pela bactéria Listeria monocytogenes. A doença transmite-se através dos alimentos e apresenta, na maior parte dos casos, sinais e sintomas idênticos aos da gripe, como febre e dores de cabeça. A bactéria aloja-se no intestino, onde se reproduz, e entra no aparelho circulatório. Os alimentos mais susceptíveis de contágio são os produtos lácteos, carne crua ou mal passada e vegetais em decomposição. Normalmente, a bactéria é destruída pelo sistema imunitário, mas pode tornar-se perigosa quando atinge pessoas com o sistema imunitário debilitado — recém-nascidos, idosos e doentes. As grávidas também são um grupo de risco. A bactéria pode causar meningite e gastroenterites, nos casos mais graves.
Em 2016, foi detectada a presença desta bactéria em queijos produzidos pela Cooperativa de Produtores de Queijo da Beira Baixa, de Idanha-a-Nova. Todos os lotes deste produto (que totalizavam 29 toneladas, entre produtos retirados do mercado e os que estavam em armazém) foram destruídos, depois da DGAV ter determinado a “suspensão da actividade e a retirada do mercado de todos os produtos provenientes daquele estabelecimento”.