A primeira árvore-biblioteca do país é uma tília centenária de Braga
“Uma homenagem às árvores” para atrair mais visitantes ao Parque de Guadalupe.
É uma pequena biblioteca de jardim e chamam-lhe a “Árvore da Leitura” ou a “árvore-biblioteca”, a primeira de Portugal. A ideia, que está em desenvolvimento no Parque de Guadalupe em Braga, é criar um espaço propício à leitura, pelo que, para além deste depósito de livros, o parque terá ainda cadeiras, mesas e uma espécie de residência artística, obtida através das estruturas de uns antigos baloiços.
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É uma pequena biblioteca de jardim e chamam-lhe a “Árvore da Leitura” ou a “árvore-biblioteca”, a primeira de Portugal. A ideia, que está em desenvolvimento no Parque de Guadalupe em Braga, é criar um espaço propício à leitura, pelo que, para além deste depósito de livros, o parque terá ainda cadeiras, mesas e uma espécie de residência artística, obtida através das estruturas de uns antigos baloiços.
A biblioteca é instalada numa estrutura de vidro numa tília centenária. O objectivo, segundo revelou à Fugas Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de São Victor – território que abrange o parque – é “estimular a leitura e a literacia, dinamizar” o local e oferecer às pessoas um espaço de lazer. “Acima de tudo, queremos também fazer uma homenagem às árvores, que são elas que nos dão o papel para fazer os livros. E nós vamos-lhes devolver a matéria-prima, colocando esta biblioteca no interior de uma tília”, disse o autarca, revelando que a estrutura da mesma não está em perigo, tendo em conta que “não se recorreu a pregos, ferros ou algo que magoe a árvore”. A biblioteca apresenta, por sua vez, uma estrutura de encaixes em madeira, em que o invólucro onde vão assentar os livros encaixa dentro do tronco, que “circunscreve a medida do armário”.
O impulsionador desta ideia quis, com esta biblioteca de jardim, aproveitar “uma árvore que está oca por dentro, mas que continua viçosa”, convidando mais pessoas a frequentarem o parque, sem contar com as que já acorrem ao local para as celebrações eucarísticas na Capela de Guadalupe. Aliás, uma das finalidades desta construção é também o alargamento do horário de abertura do local, principalmente na época balnear. Até agora, está aberto apenas ao fim-de-semana: aos sábados das 17h30 às 19h30 e aos domingos das 10h30 às 12h30. Para o ano, a autarquia quer que, pelo menos durante o Verão, o parque esteja aberto durante a semana.
A biblioteca dentro do tronco da tília “é uma espécie de armário”. No entanto, como referiu Ricardo Silva, será criado também “um apoio lateral para que se possam lá colocar mais livros”. A construção deverá ser inaugurada no final de Setembro, tal como explicou o autarca: será a 28 de Setembro, na celebração das Jornadas Europeias do Património. O projecto da “árvore-biblioteca” integra um programa apoiado pela cadeia de supermercados Pingo Doce, denominado Bairro Feliz, em que os clientes destas lojas podem contribuir para a iniciativa. Na freguesia, refere-se na apresentação do projecto, não existe “uma única biblioteca ou local de leitura”.
O parque de Guadalupe, situado a poucos metros da Avenida Central, uma das principais avenidas do centro de Braga, é um dos poucos espaços verdes na cidade que pode ser classificado como “parque”, uma vez que tem uma zona arbórea de relevo, explicou ainda o presidente da junta. Para já, estão a ser ultimadas “as questões relacionadas com a impermeabilização do armário, para que não haja risco de intempéries que danifiquem os livros”.
Além da capela de Guadalupe, o parque possui um conjunto de tílias, revelando-se um espaço seguro por ser “vedado” e “conceder liberdade às crianças sem risco de atropelamentos”, algo nem sempre fácil de obter no centro de grandes cidades, como Braga. Havendo um maior controlo dentro do próprio local, pretende-se também, futuramente, “potenciar o espaço com um parque infantil”, como já teve outrora, finalizou Ricardo Silva.
Texto editado por Luís J. Santos