Juros da dívida portuguesa a 10 anos estão mais perto do zero
Dívida a 10 anos seguia esta manhã com juros abaixo de 0,10%, acompanhando o resto da Europa, com os investidores a anteciparem medidas mais agressivas do BCE em Setembro
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguiam, no início desta tarde, a 0,094%. Os prazos abaixo de um a oito anos estavam todos em terreno negativo, de -0,530% a -0,085%. Os prazos mais longos, de 20 e 30 anos, recuavam para 0,582% e 0,912%, respectivamente. Há uma semana, o contexto era já descendente.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os juros da dívida portuguesa a 10 anos seguiam, no início desta tarde, a 0,094%. Os prazos abaixo de um a oito anos estavam todos em terreno negativo, de -0,530% a -0,085%. Os prazos mais longos, de 20 e 30 anos, recuavam para 0,582% e 0,912%, respectivamente. Há uma semana, o contexto era já descendente.
O cenário é, aliás, comum ao resto da zona euro, noticia a agência Reuters, onde os mínimos históricos estão prestes a ser quebrados.
A dívida a 10 anos na Alemanha encaminha-se para a quinta semana consecutiva de perdas, em Itália verificava-se a maior queda semanal desde meados de 2018, e Espanha poderá fechar com o maior recuo numa semana desde 2016.
A Reuters justifica a depreciação transversal sentida esta sexta-feira nos juros das dívidas soberanas da maior parte das economias da zona euro com as declarações de Olli Rehn, membro da comissão executiva do Banco Central Europeu (BCE), que um dia antes defendeu a necessidade de o BCE avançar, em Setembro, com novo conjunto de estímulos em contexto de juros historicamente baixos.
Os mercados estão a denotar um maior nervosismo e receio com a possibilidade de uma recessão desde que, na quarta-feira, as curvas dos juros da dívida dos EUA sofreram uma inversão - pela primeira vez em 12 anos, em vésperas da crise do subprime - passando os títulos a dois anos a estar com taxas mais elevadas do que as de 10 anos.
Na Alemanha, os juros da dívida seguiam a um mínimo recorde de -0,71% a 10 anos e num novo recorde de -0,275% a 30 anos.
Para Antoine Bouvet, estratega sénior do ING, “as notícias [declarações de Olli Rehn] fizeram com que a taxa de juro dos bunds [os títulos de dívida pública alemães] quebrassem o patamar de -0,70%”. O que “é significativo”, acrescentou o mesmo analista em declarações à Reuters, “porque desconfiamos que esta pode ser a nova fronteira mínima para a taxa de depósito do BCE”, que neste momento se encontra em -0,40%.
No mercado de acções, o PSI-20 seguia a ganhar 0,80%, o Dax alemão a valorizar 0,91%, o mesmo que o francês CAC, e o espanhol Ibex subia 1,28%.