Gibraltar libertou petroleiro iraniano, contrariando pedido dos EUA
Londres e Teerão estavam a preparar uma troca de navios apreendidos, que um pedido do Departamento de Justiça norte-americano tentou travar.
O chefe do governo de Gibraltar, Fabian Picardo, decidiu dar ordem ao petroleiro iraniano Grace 1 para partir, espera-se que em troca da libertação de outra embarcação britânica apreendida por Teerão. A decisão contraria um pedido feito horas antes pelos Estados Unidos para o navio permanecer no porto do território sob administração britânica.
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O chefe do governo de Gibraltar, Fabian Picardo, decidiu dar ordem ao petroleiro iraniano Grace 1 para partir, espera-se que em troca da libertação de outra embarcação britânica apreendida por Teerão. A decisão contraria um pedido feito horas antes pelos Estados Unidos para o navio permanecer no porto do território sob administração britânica.
O Grace 1, que carrega 2,1 milhões de barris de petróleo foi apreendido por comandos britânicos ao largo de Gibraltar, a 4 de Julho, sob suspeita de transportar petróleo para a Síria, o que violaria as sanções da União Europeia contra o regime de Bashar al-Assad. Duas semanas depois, a 19 de Julho, no Golfo Pérsico, os Guardas da Revolução iranianos impediram o Stena Impero, de bandeira britânica, de continuar caminho.
Horas antes do que se esperava que fosse o anúncio de Gibraltar que o Grace 1 seria libertado, o Departamento de Justiça dos EUA pediu às autoridades locais que mantivessem o navio no porto.
Mas, segundo avança o jornal Guardian Chronicle, na sua conta de Twitter, as autoridades de Gibraltar receberam garantias “por escrito” de Teerão de que o Grace 1 não irá descarregar o petróleo que transporta na Síria. “Tendo em vista estas garantias, já não há motivos razoáveis para prolongar a detenção do Grace 1 para cumprir as sanções decretadas pela União Europeia”, diz um comunicado do governo de Picardo.
Os dois petroleiros são considerados peões no confronto entre o Irão e o Ocidente. O seu destino está dependente dos diferendos diplomáticos entre os países da União Europeia, os Estados Unidos, e o Irão.
O capitão e três oficiais da tripulação do Grace 1 tinham já sido libertados.