Quebra no ritmo de abastecimento de combustíveis preocupa supermercados
Vendas nas lojas estão em linha com as dos anos anteriores, o que mostra que houve “bom senso” e se evitou uma corrida às compras, diz a APED.
Com o quarto dia de greve dos motoristas a caminhar para o fim, diferentes sectores económicos mantêm-se a salvo de problemas graves, acompanhando com expectativa uma eventual resolução do protesto dos motoristas de transporte de mercadoria geral e de matérias perigosas. Na distribuição, as operações e a logística “estão relativamente controladas”, até porque “os portugueses demonstraram bom senso” e “evitaram uma corrida às compras” por receio de ruptura de bens. Ainda assim, segundo a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), há uma questão que preocupa a todos, segundo o director-geral da APED, e que tem a ver com o abastecimento de combustível.
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Com o quarto dia de greve dos motoristas a caminhar para o fim, diferentes sectores económicos mantêm-se a salvo de problemas graves, acompanhando com expectativa uma eventual resolução do protesto dos motoristas de transporte de mercadoria geral e de matérias perigosas. Na distribuição, as operações e a logística “estão relativamente controladas”, até porque “os portugueses demonstraram bom senso” e “evitaram uma corrida às compras” por receio de ruptura de bens. Ainda assim, segundo a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição (APED), há uma questão que preocupa a todos, segundo o director-geral da APED, e que tem a ver com o abastecimento de combustível.
"O que nos preocupa agora é a questão dos combustíveis. É verdade que não tem havido grandes perturbações, mas também é verdade que o ritmo de abastecimento está a diminuir”, anota Gonçalo Lobo Xavier, em declarações ao PÚBLICO. “Quanto mais [a greve dos motoristas] se prolongar, mais aumenta o risco da falta de combustível”, uma situação que pode afectar tanto a cadeia de abastecimento das lojas como os próprios consumidores e clientes da APED.
Dada a antecedência do pré-aviso dos motoristas, o sector preparou-se para lidar com as consequências da greve, reforçando o abastecimento às lojas em zonas geográficas como o Minho e o Algarve, onde os níveis de armazenamento tocaram “os máximos, por razões diferentes”, explica o mesmo responsável – a sul por causa da presença de turistas estrangeiros e portugueses, a norte também por causa dos emigrantes.
Decisivo para manter a normalidade foi a ajuda dos serviços mínimos decretados pelo Governo e que, tal como a APED pedia, abrange igualmente a distribuição. O executivo estipulou neste sector serviços mínimos a 75%, que foram sobretudo direccionados para os frescos e bens perecíveis, que exigem abastecimentos diários.
Férias na indústria reduzem impacto
Noutros sectores como as indústrias têxteis/vestuário e calçado, o cenário é também de normalidade, mas por razões ligeiramente diferentes. Paulo Vaz, director-geral da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal destaca que estar “em período de férias é uma vantagem” para este sector. “[O cenário] seria certamente mais grave se estivéssemos em período de produção em pleno”, admite o mesmo dirigente.
No calçado, o porta-voz da Apiccaps, que representa o sector, diz o mesmo: com mais de 50% das empresas encerradas para férias, a situação é “normal”, não havendo a registar efeitos negativos da greve dos motoristas de mercadorias e de combustíveis.