Já há 23 mil registos na aplicação onde podes denunciar o lixo marinho
Plataforma de ciência cidadã já registou 23 mil resíduos em praias da costa portuguesa — um número “positivo” para um projecto com seis meses, mas muito pequeno face ao problema da poluição marinha.
Uma aplicação de ciência cidadã que permite identificar lixo nas praias portuguesas já tem 23 mil registos. A grande maioria corresponde, sem surpresas, ao lixo mais frequentemente encontrado na costa: beatas de cigarros e objectos de plástico descartável, informou a coordenadora do projecto da Universidade de Coimbra, Filipa Bessa.
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Uma aplicação de ciência cidadã que permite identificar lixo nas praias portuguesas já tem 23 mil registos. A grande maioria corresponde, sem surpresas, ao lixo mais frequentemente encontrado na costa: beatas de cigarros e objectos de plástico descartável, informou a coordenadora do projecto da Universidade de Coimbra, Filipa Bessa.
A plataforma que permite a qualquer pessoa registar e contabilizar lixo marinho encontrado na praia pretende sensibilizar a população para o combate ao lixo marinho, contribuindo para a preservação dos oceanos.
Em seis meses de actividade, a aplicação conta com 900 utilizadores registados, disse à agência a coordenadora do projecto desenvolvido pelo Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Universidade de Coimbra, em parceria com a Associação Portuguesa do Lixo Marinho (APLM). “Estamos muito satisfeitos com os resultados alcançados nestes seis meses”, frisou a investigadora, explicando que, estando o MARE sediado na Figueira da Foz, é nessa zona e na grande Lisboa (onde está instalada a APLM) que mais registos têm sido feitos através da aplicação. Filipa Bessa sublinhou que o primeiro ano da plataforma está a servir, acima de tudo, “como teste à aplicação”, notando ainda que a campanha tem sido feita, essencialmente, através do “boca a boca” e das cerca das 20 parcerias realizadas com associações, entidades públicas e escolas, entre outras instituições.
O projecto pretende estender parcerias, nomeadamente com escolas, de forma a garantir uma representação de todo o território. “Será importante perceber se há diferentes tipos de resíduos em determinadas zonas, por forma a haver uma acção e redução efectiva do lixo marinho em Portugal”, sublinhou Filipa Bessa. Segundo a investigadora, a Agência Europeia do Ambiente tem pedido dados de lixo marinho às entidades nacionais e, em Portugal, não existe essa compilação de dados, apesar das campanhas de sensibilização e recolha que se têm vindo a multiplicar.
“Para além da sensibilização, queremos produzir dados e informação útil para as tomadas de decisão”, vincou Filipa Bessa. A plataforma, que contou com apoio de fundos europeus, permite a contagem simples e mapeamento de lixo marinho nas praias da costa portuguesa, nomeadamente em eventos de limpeza dos areais.
A contagem simples, composta por 20 itens representando os materiais e resíduos que mais se registam nas praias de Portugal, indicará as tendências dos tipos de lixo ao longo do tempo e ao longo do território. A contagem científica, dirigida a investigadores e técnicos especializados, inclui uma lista mais alargada de tipos de lixo marinho.