Beatriz retratou A Nova Geração de Designers em banda desenhada
Beatriz Costa sempre quis publicar um livro: só não sabia que seria uma banda desenhada sobre designers e o ensino da área em Portugal. Fez entrevistas com jovens de diferentes partes do país e daí nasceu um livro ilustrado. Há uma angariação de fundos a decorrer, para o fazer chegar às prateleiras.
“Mas ela era muito boa aluna…”: as palavras familiares nunca mais lhe saíram da cabeça. Foram ditas depois de Beatriz contar a uma amiga da avó que estava no primeiro ano de Design de Comunicação. O comentário ficou na cabeça da designer, que decidiu tentar perceber se o mesmo acontecia com outras pessoas que estudavam arte — e contar essas histórias. Como? Através de um livro de banda desenhada desenhado a grafite. Entrevistou estudantes de diferentes cidades do país e registou tudo no livro Nova Geração de Designers.
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“Mas ela era muito boa aluna…”: as palavras familiares nunca mais lhe saíram da cabeça. Foram ditas depois de Beatriz contar a uma amiga da avó que estava no primeiro ano de Design de Comunicação. O comentário ficou na cabeça da designer, que decidiu tentar perceber se o mesmo acontecia com outras pessoas que estudavam arte — e contar essas histórias. Como? Através de um livro de banda desenhada desenhado a grafite. Entrevistou estudantes de diferentes cidades do país e registou tudo no livro Nova Geração de Designers.
Beatriz Costa — ou biakosta, como assina — já tinha ligação à ilustração. Os pais são ilustradores e na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, onde estudou, “muitos professores são também ilustradores”. Aliado a isto, sempre sonhou publicar um livro, ainda que inicialmente a ideia fosse virada para a literatura e não para a ilustração. “No curso temos a cadeira de Ilustração, mas foi quando fiz Erasmus em Cracóvia, e tive Animação, que fiquei com vontade de fazer mais”, conta a designer de 22 anos, natural de Coimbra.
Assim, quando chegou a altura de fazer o projecto final de curso, decidiu que queria fazer “uma banda desenhada jornalística”, onde conta histórias “baseadas na realidade”. “É a viagem de investigação de uma estudante-quase-designer que, ao tentar dar voz às mais variadas experiências dos seus semelhantes, se vai encontrando a si mesma, procurando um futuro comum nos sonhos e medos de cada um”, lê-se na página PPL que criou para angariar fundos para o projecto.
“A introdução do livro conta um pouco do meu percurso, porque é que fui estudar design e porque quis fazer o projecto”, relata. As páginas seguintes registam as suas entrevistas a estudantes de Aveiro, Caldas da Rainha, Coimbra e Lisboa, na tentativa de perceber como são os jovens designers em Portugal e não só: “Conta uma pequena parte do momento presente, que pode dar início a mais conversas e diálogos sobre o ensino do design em Portugal.”
E como são os jovens designers portugueses? “Acho que como sabemos que o emprego num sítio fixo pode não ser garantido, não estamos com muitas expectativas. E por causa de não estarmos com muitas expectativas também não perdemos muito. Ou seja, acabamos por ser optimistas”, resume.
A designer quer agora passar para o patamar seguinte: imprimir mais exemplares e fazê-los chegar às prateleiras — porque o valor do livro “só se concretizará se for lido e partilhado com o maior número de pessoas”. Para isso, lançou uma campanha de angariação de fundos no PPL, que já atingiu quase os 700 euros, mas pretende chegar aos 1700. Em vista está a impressão de pelo menos 100 exemplares e o envio de recompensas a quem contribuir para o crowdfunding. “Se tiver margem para imprimir mais, vou tentar continuar a vender e a distribuir por mais pontos do país”, afirma. “Eu quero é que as pessoas o leiam.”