Wall Street fecha com perdas de 3% devido a multiplicação de sinais de recessão
As estatísticas sobre o crescimento da produção industrial chinesa, que caiu para o mínimo de 17 anos em Julho, assim como a divulgação da contracção da actividade económica na Alemanha no segundo trimestre, aumentaram o ambiente de pessimismo nos mercados.
A praça nova-iorquina encerrou esta quarta-feira com fortes perdas, com os investidores a cederem a um clima de incerteza envolvente da economia internacional e à multiplicação de sinais de recessão sobre a economia dos EUA.
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A praça nova-iorquina encerrou esta quarta-feira com fortes perdas, com os investidores a cederem a um clima de incerteza envolvente da economia internacional e à multiplicação de sinais de recessão sobre a economia dos EUA.
Os resultados finais da sessão indicam que o índice selectivo Dow Jones Industrial Average perdeu 3,05%, para os 25.479,42 pontos, na que foi a sua perda mais pesada este ano. O tecnológico Nasdaq cedeu 3,02%, para as 7.773,94 unidades, e o alargado S&P500 desvalorizou 2,93%, para as 2.840,60.
No dia seguinte a uma sessão em que a praça nova-iorquina tinha acabado com ganhos, depois de um alívio na disputa comercial sino-norte-americana, Wall Street recaiu esta quarta-feira, com vários indicadores económicos a causarem inquietações entre os investidores.
As estatísticas sobre o crescimento da produção industrial chinesa, que caiu para o mínimo de 17 anos em Julho, lançaram um balde de água fria sobre o mercado accionista. A divulgação da contracção da actividade económica na Alemanha no segundo trimestre aumentou o ambiente de pessimismo.
Depois da divulgação destas estatísticas, e antes da abertura da bolsa, o rendimento dos títulos da dívida pública dos EUA a dez anos caiu temporariamente para valores inferiores aos das obrigações desta dívida a dois anos, o que aconteceu pela primeira vez desde 2007. Este fenómeno, designado como “inversão das curvas de rendimento”, reflecte a diferença de rendimento pago pelo Estado norte-americano aos investidores que apostam na sua dívida, respectivamente, a longo ou a curto prazo. Temido nos mercados financeiros, é geralmente interpretado como um indicador avançado de uma recessão.
“Se esta inversão se confirmar, quer dizer que o mercado accionista vai sofrer ainda mais, devido à incerteza, e vamos assistir a uma corrida para os activos considerados mais seguros”, como as obrigações, antecipou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities
Cerca das 21h20 de Lisboa, a taxa da dívida a dez anos era de 1,582% e a da dívida a dois anos de 1,577%. Já a taxa da dívida a 30 anos caiu durante a sessão bolsista para um mínimo histórico.
A combinação de indicadores e da queda das taxas de juro a longo prazo “aumenta o medo de uma recessão iminente”, acentuou Tony Dwyer, estratega de investimentos em Canaccord Genuity.