Klopp quer mais um título, Lampard precisa de uma vitória
Liverpool e Chelsea disputam nesta quarta-feira, em Istambul, a Supertaça europeia. É a primeira vez que duas equipas inglesas se defrontam para o primeiro troféu europeu da época.
O futebol europeu da época passada foi um assunto totalmente inglês. Tanto Liga dos Campeões como Liga Europa foram uma espécie de jogos extra da Premier League, e esse ambiente “All England” volta a estar presente em Istambul, no estádio do Besiktas, para a decisão da Supertaça europeia. Será o Liverpool, vencedor da Liga dos Campeões, contra o Chelsea, vencedor da Liga Europa, num inédito confronto entre duas equipas inglesas para o primeiro título europeu da temporada, um jogo que também será histórico por ser a primeira vez que é dirigido por uma mulher, a francesa Stéphanie Frappart.
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O futebol europeu da época passada foi um assunto totalmente inglês. Tanto Liga dos Campeões como Liga Europa foram uma espécie de jogos extra da Premier League, e esse ambiente “All England” volta a estar presente em Istambul, no estádio do Besiktas, para a decisão da Supertaça europeia. Será o Liverpool, vencedor da Liga dos Campeões, contra o Chelsea, vencedor da Liga Europa, num inédito confronto entre duas equipas inglesas para o primeiro título europeu da temporada, um jogo que também será histórico por ser a primeira vez que é dirigido por uma mulher, a francesa Stéphanie Frappart.
Há um teórico favoritismo do Liverpool para esta Supertaça europeia. Pouco ou nada mudou de uma época para outra porque, na verdade, não precisava. Depois de uma época em que esteve muito perto do título de campeão inglês e em que foi campeão europeu, Jurgen Klopp decidiu e bem manter a estrutura da equipa e não se incomodou com o mercado de Verão – o Liverpool foi a equipa da Premier Legue que menos gastou, apenas 1,9 milhões por um central holandês de 17 anos. E abriu as hostilidades da Premier League no último fim de semana com uma goleada convincente sobre o Norwich, por 4-1,
Apesar de ter perdido a primeira final da época, a Community Shield, para o Manchester City, o Liverpool pode dar nesta quarta-feira início a uma colheita de troféus que pode ir até seis. O segredo, diz Jürgen Klopp, é ser “ganancioso”. “Temos de ser gananciosos. Isso é muito importante, não tenho quaisquer dúvidas”, reforça o técnico alemão, que vai disputar a Supertaça Europeia pela primeira vez, consequência de ter vencido a sua primeira final europeia, frente ao Tottenham na época passada, em Madrid. A dar os primeiros passos numa época que vai ser longa e carregada, Klopp garante que o Liverpool está preparado: “Fisicamente, a equipa está exactamente onde queremos – ninguém está a 100 por cento. Esta equipa está construída para o sucesso e é isso que estamos a tentar fazer.”
Se a estabilidade é a palavra de ordem em Anfield, o Chelsea entra nesta nova época com muitas incertezas. Deixou sair Maurizio Sarri para a Juventus e resolveu entregar a liderança técnica a Frank Lampard, um ídolo em Stamford Bridge como jogador, mas com tudo a provar como treinador – apenas uma época de quase promoção à Premier League com o Derby County. Claro que a experiência não é necessariamente um argumento, mas o contexto em que Lampard chegou a Stamford Bridge não é dos mais favoráveis, sobretudo porque o Chelsea, habituado a ser dos mais gastadores, esteve impendido de contratar novos jogadores no Verão, um castigo que termina em Janeiro de 2020, obrigando o treinador a formar uma equipa quase sem caras novas e a experimentar muita gente que tem feito carreira longe do clube londrino, em regime de empréstimo. E Roman Abramovich não é o dono mais paciente do mundo, mesmo que tenha dado três anos de contrato a Lampard.
Tudo isto contribuiu para um choque violento de “Lamps” com o topo do futebol inglês: derrota pesada por 4-0 na estreia, frente ao Manchester United. Lampard desvaloriza o desastre em Old Trafford e defende a sua opção de dar protagonismo a jovens da formação do clube como Mason Mount ou Tammy Abraham, mesmo que isso tenha sido objecto de duras críticas de José Mourinho, antigo técnico do Chelsea e actual comentador da Sky Sports.
“Escolho sempre a melhor equipa. Se os jovens mostram no treino que merecem oportunidade, eu não olho para a idade, mas para o mérito. Nunca terei medo de apostar em jovens porque um clube como o Chelsea tem de o fazer”, observa o antigo médio, que viu coisas boas no confronto com o United apesar da derrota pesada e que podem bem ganhar o primeiro troféu como treinador do Chelsea ao segundo jogo: “Fiquei muito orgulhoso pela forma como jogámos, mas aprendemos algumas lições que nos vão servir bem no futuro. Esta Supertaça tem enorme significado para nós.”