Mais de 600 mordomas de sete nacionalidades desfilam na Romaria d’Agonia
Mulheres de França, Luxemburgo, Brasil, Andorra, Reino Unido e até da República Checa participam no desfile deste ano.
Seiscentas e dezanove mordomas de sete países inscreveram-se, este ano, no desfile da mordomia que na sexta-feira, às 16h, exibirá todos os trajes de festa de Viana do Castelo, num dos números emblemáticos da Romaria d'Agonia.
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Seiscentas e dezanove mordomas de sete países inscreveram-se, este ano, no desfile da mordomia que na sexta-feira, às 16h, exibirá todos os trajes de festa de Viana do Castelo, num dos números emblemáticos da Romaria d'Agonia.
De acordo com os dados hoje avançados pela VianaFestas, entidade que organiza as festas da capital do Alto Minho, “além de Portugal, participam neste desfile mulheres de França, Luxemburgo, Brasil, Andorra, Reino Unido e até da República Checa”, sendo que a plataforma ‘on-line’, criada há dois anos para as inscrições, permitiu perceber que “a idade que garantiu o maior número de inscrições foi a dos 20 aos 29 anos”.
“São vianenses, de nascença ou de amor, que temos espalhadas por estes países e que fazem questão de participar na nossa festa. Deve ser um motivo de orgulho para todos este nível de interesse e o rigor, na arte de trajar, que têm, porque é condição essencial do processo de selecção”, explicou António Cruz, presidente da comissão de festas da Romaria da Senhora d'Agonia, citado numa nota hoje enviada à imprensa.
Em 2018, segundo a VianaFestas, “mais de 600 mulheres inscreveram-se no desfile, oriundas de cinco países”.
No desfile de 2019, “o Traje à Vianesa Ribeira Lima Vermelho será o predominante, com 129 mulheres inscritas”.
Segue-se o Traje de Mordomia Preto Colete, que será envergado por 105 mulheres, o Traje de Cerimónia/Lavradeira Rica, com 50 mulheres inscritas, o Traje à Vianesa de Areosa Vermelho, com 49, e do Traje à Vianesa de Carreço Vermelho, com 47.
Uma das novidades no desfile deste ano prende-se com a mudança, para a manhã do primeiro dia de festa, dos cumprimentos das mordomas às autoridades, sessão marcada para as 11h.
O desfile das mulheres trajadas pelas principais ruas da cidade irá realizar-se, pelo segundo ano, à tarde, “conferindo maior dinamismo ao desfile e rigor ao momento dos cumprimentos”.
O desfile da mordomia é o momento em que os diferentes trajes das freguesias de Viana se encontram e mostram, de uma só vez à cidade.
Trata-se de uma tradição cada vez mais enraizada entre as jovens e mulheres de Viana do Castelo e que junta várias gerações, num quadro único das festas.
Desde 2014, também as mulheres da ribeira de Viana do Castelo, com os seus trajes de varina, participam neste desfile colorido pelos vermelhos, verdes e amarelos dos típicos e garridos trajes das diferentes freguesias.
Não faltam também os fatos de noiva mais sóbrios, de cor preta. Neste número algumas das mulheres chegam a carregar, dezenas de quilos de ouro, reunindo as peças de famílias e amigos num único peito, simbolizando a “chieira” (termo minhoto que significa orgulho) e outrora o poder financeiro das famílias.
A certificação do traje à Vianesa, com origem no século XIX, foi publicada em Diário da República no final de 2016.
O traje assume-se como um símbolo tradicional da região, nas suas várias formas, consoante a ocasião e o estatuto da mulher. Em linho e com várias cores características, onde sobressai o vermelho e o preto, foi utilizado até há cerca de 120 anos pelas raparigas das aldeias em redor da cidade de Viana do Castelo.
As características deste traje, como o seu colorido e a profusão de elementos decorativos, permitem identificar facilmente a região de origem, no concelho, motivo pelo qual se transformou, segundo os especialistas, “num símbolo da identidade local”.
Em 2019, as festas decorrem de 16 a 20 de Agosto, com um orçamento de 599.686 euros.
Este ano, devido ao calendário, a festa prolonga-se por cinco dias com quatro noites de fogo-de-artifício, o cortejo histórico-etnográfico, a procissão solene em honra de Nossa Senhora d'Agonia, e a tradicional procissão ao mar e ao rio.