SNS só gastou 25% da verba de 2019 para comparticipação de tratamentos termais

Segundo declarou à Lusa o presidente dessa estrutura associativa, 600 mil euros é o valor máximo previsto no Orçamento de Estado para o projecto-piloto destinado a aumentar a prescrição de tratamentos termais para cura e prevenção de patologias crónicas.

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Nelson Garrido

A Associação das Termas de Portugal, que representa cerca de 40 balneários do país, alertou nesta segunda-feira que, até Agosto, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ainda só gastou 25% dos fundos disponíveis para comparticipar tratamentos termais em 2019.

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A Associação das Termas de Portugal, que representa cerca de 40 balneários do país, alertou nesta segunda-feira que, até Agosto, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ainda só gastou 25% dos fundos disponíveis para comparticipar tratamentos termais em 2019.

Segundo declarou à Lusa o presidente dessa estrutura associativa, 600 mil euros é o valor máximo previsto no Orçamento de Estado para o projecto-piloto destinado a aumentar a prescrição de tratamentos termais para cura e prevenção de patologias crónicas e para reduzir a despesa em medicamentos e meios complementares de diagnóstico.

Dessa verba, contudo, “ainda só se gastou 25%” e, considerando que faltam quatro meses e meio até ao final do ano, Victor Leal afirma: “A percentagem executada até agora ainda é muito baixa e isso deve-se, por um lado, ao desconhecimento que continua a existir entre a classe médica quanto ao regime de comparticipação deste tipo de tratamento e, por outro, ao facto de as prescrições emitidas no centro de saúde terem um prazo de validade muito curto”.

O presidente da Associação das Termas de Portugal realça que “é muito frequente as pessoas chegarem às termas para marcar os tratamentos e perceberem que a sua prescrição médica já caducou”, pelo que esse será um dos aspectos a analisar com o Ministério da Saúde para melhoria de procedimentos.

Victor Leal defende, aliás, que as receitas médicas para terapêuticas termais “deviam ser válidas pelo menos por dois ou três meses”, o que seria um prazo mais ajustado para os utentes “poderem organizar a sua vida e libertar tempo” para tratamentos que, além de implicarem uma certa regularidade, também se revelam mais adequados em determinados períodos do ano, consoante a patologia do respectivo doente.

“Agora em Agosto, por exemplo, recebemos muitas crianças que se vêm tratar antes de o novo ano lectivo arrancar, porque assim depois ficam menos sujeitas a rinites, sinusites e outros problemas respiratórios que as costumam afectar”, explica o porta-voz dos balneários portugueses.

"Mais esclarecimentos sobre os benefícios"

Para Victor Leal, também seria útil que o SNS disponibilizasse à classe médica da rede de cuidados primários “mais esclarecimentos sobre os benefícios da prática termal, que é particularmente útil no tratamento de doenças músculo-esqueléticas, reumáticas e também das vias respiratórias, sobretudo no universo infantil”.

O presidente da Associação das Termas de Portugal admite que actualmente há um maior conhecimento geral quanto a essa realidade, tendo em conta que “o número de utentes dos balneários está a crescer ao ritmo de 7,5% ao ano” e que esses espaços “são cada vez mais procurados por jovens e por um público mais urbano”.

O mesmo responsável realça, contudo, que “ainda há muito caminho a percorrer no que se refere à divulgação dos recursos termais, que têm como principal vantagem o facto de envolverem águas naturais e evitarem o recurso a medicamentos e a fármacos, conduzindo a resultados positivos mais do que comprovados”.