Viagem Medieval da Feira teve 700 mil visitantes

Organização está a aumentar a área do recinto para melhorar a experiência dos visitantes. Em 2020 será recriada a Batalha de Aljubarrota.

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Chuva em dois dias prejudicou a adesão ao evento, que mesmo assim satisfez a organização Paulo Pimenta

A Viagem Medieval que durante 12 dias ocupou 34 hectares do centro de Santa Maria da Feira terminou esta madrugada com registo de 700.000 visitantes, revelou esta segunda-feira a organização, anunciando para 2020 a recriação da Batalha de Aljubarrota.

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A Viagem Medieval que durante 12 dias ocupou 34 hectares do centro de Santa Maria da Feira terminou esta madrugada com registo de 700.000 visitantes, revelou esta segunda-feira a organização, anunciando para 2020 a recriação da Batalha de Aljubarrota.

Apontada como a maior recriação histórica da Europa, a iniciativa, promovida pela autarquia, através da empresa municipal Feira Viva e pela Federação das Colectividades Locais de Cultura e Recreio, envolveu o trabalho diário de mais de duas mil pessoas e 400 voluntários, assegurando 1700 performances de animação com um orçamento global e auto-sustentável de 1,5 milhões de euros.

Paulo Sérgio Pais, director-geral do evento, contou à Lusa: “Tínhamos a expectativa de este ano superar os 700.000 visitantes da edição de 2018, mas houve dois dias de chuva persistente em que chegámos a cancelar espectáculos por falta de condições e isso prejudicou a afluência de quarta e quinta-feira”. Mesmo assim, a procura registada nos restantes dias do evento permitiu atingir os mesmos totais da edição de 2018 e proporcionou até novos recordes. “Este sábado tivemos a maior afluência de sempre em 23 edições da Viagem, ao receber 70.000 visitantes no recinto e no domingo também ficámos muito perto disso”, acrescentou.

Se a circulação no evento “nunca atingiu níveis incómodos” foi porque este ano “o recinto foi alargado e passou a contar com a zona do novo pórtico do Carrascal, que funcionou muito bem”. Paulo Sérgio Pais recordou, aliás, que esse alargamento urbano será para continuar no próximo ano, já que o parque junto ao rio Cáster e à Mata das Guimbras - que acolhe dezenas de tabernas e áreas temáticas, acomodando mais de 3.000 espectadores em cada encenação de três espectáculos de grande formato - continuará a ser gradualmente prolongado até à Escola EB 2/3 Fernando Pessoa.

Outra medida introduzida em 2019, e a reforçar em 2020, é a oferta de pulseiras livre-trânsito a estudantes com residência ou inscrição escolar no concelho da Feira, seja em estabelecimentos de ensino da rede pública ou da privada. “Este ano alargámos a oferta da pulseira até ao 9.º ano e em 2020 devemos fazer o mesmo até ao 12.º”, declarou o director-geral da recriação, realçando que, “mesmo não se tendo vendido bilhetes a esses estudantes, eles fizeram aumentar o fluxo de visitantes efectivos no recinto”.

Quanto à temática da próxima edição da Viagem Medieval, que irá decorrer de 29 de Julho a 9 de Agosto de 2020, Paulo Sérgio Pais anunciou que irá abordar as lutas pelo trono entre Dona Leonor e o Mestre de Avis, que caracterizaram o período histórico do “Interregno de 1383 a 1385”. Entre os episódios da história nacional a recriar nesse período inclui-se a Batalha de Aljubarrota, que, ditada por pretensões de sucessão ao trono português, opôs cerca de 7000 guerreiros lusos a 30.000 castelhanos, dando a vitória aos primeiros em apenas uma hora.

Para esse resultado contribuíram inovações bélicas introduzidas por Nuno Álvares Pereira, que mais tarde ficaria conhecido como o “Santo Condestável” e ainda hoje é descrito como o maior estratega militar português de todos os tempos. Venceu todas as batalhas que travou e tornou-se o padroeiro da Infantaria nacional. Ao período histórico a retratar na Viagem Medieval de 2020 está também associada a lenda da padeira Brites de Almeida, que, logo após a batalha em Aljubarrota, terá matado sete castelhanos com a sua pá de madeira, ao descobri-los escondidos no forno do pão.