João Rodrigues vence Volta a Portugal e FC Porto faz o “tetra”

Para a equipa portista, este foi o 16.º triunfo na Volta, uma façanha que aumenta a vantagem para os rivais de sempre: Sporting e Benfica completam o pódio de vitórias na prova portuguesa, com nove triunfos cada.

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João Rodrigues (W52-FC Porto) é o vencedor da edição 81 da Volta a Portugal. Neste domingo, no contra-relógio final, o jovem ciclista português, de 24 anos, ganhou a derradeira etapa e conseguiu retirar a camisola amarela a Jóni Brandão (Efapel), para somar a primeira vitória na Volta.

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João Rodrigues (W52-FC Porto) é o vencedor da edição 81 da Volta a Portugal. Neste domingo, no contra-relógio final, o jovem ciclista português, de 24 anos, ganhou a derradeira etapa e conseguiu retirar a camisola amarela a Jóni Brandão (Efapel), para somar a primeira vitória na Volta.

Para o FC Porto, este foi o 16.º triunfo na corrida portuguesa - e o quarto consecutivo desde que se juntou à W52 -, uma façanha que aumenta a vantagem para os rivais de sempre: Sporting e Benfica completam o pódio de vitórias na Volta, com nove triunfos cada.

Para este domingo, a última etapa da Volta tinha contornos simples de entender: com Jóni Brandão e João Rodrigues em empate técnico, com o mesmo tempo de corrida, o vencedor final seria, provavelmente, quem demorasse menos tempo a ir de Vila Nova de Gaia até aos Aliados, no Porto, com passagens por marcos como a Ponte do Infante, a Ribeira ou a Torre dos Clérigos.

Não havia, portanto, grandes contas a fazer, a não ser que o também portista Gustavo Veloso recuperasse a forma perdida nos últimos dias e fizesse valer os predicados de contra-relógio que lhe são reconhecidos.

Tal não aconteceu – era complicado ao espanhol reverter 40 segundos de atraso em apenas 20 quilómetros de “crono” – e a decisão ficou, como esperado, entre o algarvio Rodrigues e o amarantino Brandão.

O prémio final vai para Rodrigues, que ganhou 26 segundos a Brandão no contra-relógio e sucede a Raúl Alarcón na galeria de vencedores da Volta. Jóni Brandão e Gustavo Veloso completaram o pódio, sendo que, para o português, é a terceira vez que fica “à porta” da amarela.

Nas restantes camisolas, Daniel Mestre (W52-FC Porto) termina com a verde, dos pontos, Luís Gomes (Boavista) com a azul, da montanha, e Emanuel Duarte (LA Alumínios) com a branca, da juventude.

Sporting falhou, FC Porto dominou

A “fotografia” desta Volta, em matéria de triunfo final, acaba por ter a marca indelével da queda de Gustavo Veloso na etapa 6, tendo ficado evidente a dificuldade física do espanhol nos últimos dias de prova.

Veloso acabou por perder a liderança da corrida, sendo, na recta final da competição, um mero espectador da luta entre Jóni Brandão e João Rodrigues.

Outro ponto significativo da Volta 2019 foi o claro domínio da W52-FC Porto – quatro ciclistas no top 10 –, que não só foi a equipa mais forte a nível individual e colectivo como ainda proporcionou muita animação: a equipa portista – até pelo “excesso de talento” no plantel – acompanhou a RP Boavista como equipa mais activa e ofensiva no decorrer das etapas.

Ainda sobre a RP Boavista, nota para a grande prova da equipa “axadrezada”, com duas vitórias em etapa e três ciclistas no top-10 final.

Por outro lado, destaque negativo para a Sporting-Tavira, que, apesar de muito ter tentado, não conseguiu vencer nenhuma etapa.

O falhanço de Alejandro Marque condicionou, desde logo, a possibilidade de lutar pela vitória na Volta, mas a estratégia de corrida em algumas etapas também pareceu ser algo imperfeita, com a presença de vários elementos da equipa em fuga a espoletar o “cinismo” dos adversários, que deixavam as despesas do trabalho para os fugitivos sportinguistas.

Os “leoninos” Tiago Machado e José Mendes, até há pouco tempo ciclistas de World Tour, passaram por esta Volta de forma discreta.

Ainda a nível individual, sobressai a prova também “morna” de ciclistas conceituados como Óscar Sevilla, Brice Feillu, Sergio Pardilla e David de la Fuente, todos com passado importante nas grandes voltas.