Centro científico sobre o Atlântico com sede nos Açores inaugura pólos no Brasil
Cabo Verde também receberá em Setembro um pólo do centro de investigação internacional.
O Centro de Investigação Internacional do Atlântico (AIR Centre), com sede nos Açores, vai inaugurar dois pólos no Brasil, um no Rio de Janeiro, hoje, e outro em Salvador, na próxima quarta-feira, na presença do ministro português da Ciência.
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O Centro de Investigação Internacional do Atlântico (AIR Centre), com sede nos Açores, vai inaugurar dois pólos no Brasil, um no Rio de Janeiro, hoje, e outro em Salvador, na próxima quarta-feira, na presença do ministro português da Ciência.
Os pólos brasileiros do AIR Centre irão desenvolver actividades nos domínios da computação e observação da Terra, com aplicação na segurança marítima, no apoio às pescas, na mobilidade das cidades e na gestão de risco, indicou o Ministério da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior.
O AIR Centre, com sede na ilha açoriana da Terceira e dirigido pelo espanhol José Joaquín Hernández-Brito, partiu da iniciativa de Portugal e tem o Brasil como um dos países fundadores.
Os pólos do AIR Centre no Brasil “vêm reforçar a afirmação internacional” do centro de investigação, uma rede científica transnacional direccionada para o estudo do Atlântico nas áreas dos oceanos, clima, espaço, energia e ciência de dados.
O pólo do Rio de Janeiro fica localizado no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Ilha do Fundão, enquanto o de Salvador está no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia.
Em declarações à agência Lusa a partir do Rio de Janeiro, o ministro da Ciência português, Manuel Heitor, precisou que um dos primeiros trabalhos a desenvolver pelo pólo do Rio de Janeiro será a “monitorização da biodiversidade” da baía de Guanabara, “altamente poluída”, com recurso à inteligência artificial e a sensores colocados na água e em satélites. Quanto ao pólo de Salvador, começará, entre outros projectos, com “o apoio às pescas e a análise da biodiversidade das zonas costeiras do nordeste brasileiro”, adiantou o ministro.
Segundo Manuel Heitor, trata-se de estudar “problemas” reproduzíveis à escala global, mas com “impacto local”, até porque os pólos do AIR Centre “têm autonomia para realizar os seus próprios projectos”.
Depois do Brasil, Cabo Verde será o próximo país a receber uma valência do AIR Centre, que será formalizada em Setembro, avançou Manuel Heitor.
O Centro de Investigação Internacional do Atlântico já tem pólos em Espanha, Reino Unido, Angola, Nigéria e África do Sul, que são também países fundadores, juntamente com Portugal, Brasil e Cabo Verde.
A inauguração das valências brasileiras do AIR Centre enquadram-se numa visita de uma semana de Manuel Heitor ao Brasil, sendo acompanhado pelo director do AIR Centre, José Joaquín Hernández-Brito, e por responsáveis de instituições académicas e científico-tecnológicas. O ministro vai participar em conferências e reforçar parcerias científicas e académicas entre Portugal e quatro estados brasileiros: Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Bahia. Estas parcerias envolvem universidades e centros científicos e tecnológicos, nomeadamente o Ceiia – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, de Matosinhos, que tem projectos na área da mobilidade automóvel no estado do Paraná.