Quercus pede declaração de estado de emergência climática para o Alentejo
Para combater as alterações climáticas, o presidente da Quercus defendeu que deve haver um trabalho conjunto com o Estado e as autarquias, reiterando que se deve fazer mais pela floresta.
O presidente da associação ambientalista Quercus, Paulo do Carmo, manifestou nesta quarta-feira a necessidade de ser declarado o estado de emergência climática para o Alentejo, de modo a combater a desertificação naquela zona.
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O presidente da associação ambientalista Quercus, Paulo do Carmo, manifestou nesta quarta-feira a necessidade de ser declarado o estado de emergência climática para o Alentejo, de modo a combater a desertificação naquela zona.
Paulo do Carmo falava numa conferência de imprensa da “Iniciativa Pró-Montado Alentejo” sobre o agravamento das alterações climáticas no Alentejo, na Academia das Ciências, em Lisboa.
“Acho que era altura de pensarmos seriamente em fazer um desafio às várias autoridades e declarar emergência climática para o Alentejo”, afirmou o dirigente, adiantando que há países como a Alemanha, Bélgica, Canada e Estados Unidos que já o fizeram.
Para combater as alterações climáticas, o presidente da Quercus defendeu que deve haver um trabalho conjunto com o Estado e as autarquias, reiterando que se deve fazer mais pela floresta.
“Nós não podemos só dizer que estamos num bom caminho, que estamos a apostar na descarbonização da economia... É preciso fazer mais na floresta”, sublinhou.
De acordo com o dirigente, é preciso apostar na reflorestação da zona e olhar de forma diferente para o montado.
“Está visível a falta de chuva, mas também de fauna e flora, nomeadamente no montado. Há uma perda de montado”, disse Paulo do Carmo, que enumerou algumas espécies de animais ameaçadas pela desflorestação, como o lince ibérico, a águia imperial ibérica e o burro preto.
O dirigente indicou que no montado alentejano existem 24 espécies de répteis e anfíbios, 53% das existentes em Portugal continental, 166 espécies de aves e 37 espécies de mamíferos, o que perfaz 60% das existentes em Portugal continental.