Questionário a funcionários públicos sobre políticas do PS e da troika abre polémica
De acordo com o Observador, o prazo para responder ao questionário termina a 30 de Setembro, a seis dias das eleições legislativas, mas a Direcção-Geral da Administração e Emprego Público, tutelada pelo Ministério das Finanças de Mário Centeno, já estará a receber respostas.
Um questionário enviado por email pela Direcção-Geral da Administração e Emprego Público a 500 mil funcionários públicos, sobre o grau de (des)motivação que sentem e no qual lhes é perguntado se estão satisfeitos com políticas do actual Governo e se foram afectados pela intervenção da troika em Portugal, no período em que Passos Coelho liderou o executivo, está a provocar polémica.
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Um questionário enviado por email pela Direcção-Geral da Administração e Emprego Público a 500 mil funcionários públicos, sobre o grau de (des)motivação que sentem e no qual lhes é perguntado se estão satisfeitos com políticas do actual Governo e se foram afectados pela intervenção da troika em Portugal, no período em que Passos Coelho liderou o executivo, está a provocar polémica.
A notícia, com o título Governo aproveita questionário a funcionários públicos para avaliar políticas do PS e do tempo de Passos, foi avançada nesta quarta-feira pelo Observador.
Segundo relata o jornal online, no questionário há proposições a comentar como “o período da troika influenciou negativamente a minha motivação no trabalho”; “a reposição dos salários afectou positivamente a minha motivação no trabalho”; “o descongelamento progressivo das carreiras é motivador”; “sinto-me hoje mais motivado no trabalho do que há cinco anos”. As respostas podem ser as seguintes: “Totalmente em desacordo”; “Em desacordo”; “De acordo”; e “Totalmente de acordo”.
Os serviços defendem que se trata de uma “segunda edição”, um “follow up”, de um questionário feito em 2015 sobre “a motivação dos trabalhadores em funções públicas”. Em resposta ao Observador, a Direcção-Geral da Administração e Emprego Público argumenta ainda que foram os trabalhadores que pediram estas perguntas nas “sugestões” de um anterior inquérito.
Este organismo explica que o objectivo é “actualizar a informação recolhida, de forma a aferir a tendência evolutiva nos diferentes parâmetros analíticos”. Esclarece ainda que em 2015 o “questionário esteve aberto em Abril e Maio e o relatório respectivo foi apresentado em Outubro”. Desta vez, “o prazo de preenchimento termina a 30 de Setembro, sendo os dados tratados subsequentemente e o relatório apresentado até final do ano”.
Nesse questionário de 2015, os exemplos de frases a comentar são deste género: “O meu superior hierárquico reconhece a qualidade do meu desempenho”; “sinto-me realizado(a) profissionalmente”; ou “as minhas potencialidades profissionais estão plenamente aproveitadas”.
Já no que toca às sugestões recebidas pelos funcionários, elas passavam por aspectos como o horário de trabalho (na altura, sobre o aumento das 35 para as 40 horas), mas também sobre o congelamento das remunerações e das carreiras.
Ainda de acordo com o que é relatado na notícia, o prazo para responder ao actual questionário termina a 30 de Setembro, a seis dias das eleições legislativas, mas a Direcção-Geral da Administração e Emprego Público, tutelada pelo Ministério das Finanças de Mário Centeno, já estará a receber respostas.