Modelos exclusivos de Iris Apfel brilham em nova galeria do Peabody Essex

Com quase 98 anos, a “ave rara” da moda é um dos destaques da nova ala que o museu norte-americano inaugura a 28 de Setembro.

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No início do ano, a empresária assinou com a agência IMG Models IMG Models

Integrada numa nova ala com cerca de quatro mil metros quadrados, desenhada pelo premiado atelier Ennead Architects, a secção de Moda e Design do conhecido Peabody Essex Museum (PEM), em Salem, Massachusetts (EUA), vai integrar uma instalação com dedo de Iris Apfel, a irreverente empresária que, prestes a completar 98 anos (a 29 de Agosto), continua a provocar e a assumir-se como um ícone da moda norte-americana.

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Integrada numa nova ala com cerca de quatro mil metros quadrados, desenhada pelo premiado atelier Ennead Architects, a secção de Moda e Design do conhecido Peabody Essex Museum (PEM), em Salem, Massachusetts (EUA), vai integrar uma instalação com dedo de Iris Apfel, a irreverente empresária que, prestes a completar 98 anos (a 29 de Agosto), continua a provocar e a assumir-se como um ícone da moda norte-americana.

Em 2004, Apfel já tinha sido convidada a expor os seus exuberantes acessórios e conjuntos no Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque — um projecto que culminaria num documentário de Albert Maysles, em múltiplos convites (foi capa, entre outras, da Stylist) e distinções (ganhou o prémio Ícone Global de Estilo da WGSN), além do lançamento do livro Rare Bird of Fashion – the Irreverent Iris Apfel (ed. Thames & Hudson Ltd). Agora, numa espécie de pescadinha de rabo na boca, está de volta ao início, integrando um projecto museológico.

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Na galeria de Moda e Design do PEM, que reunirá objectos de origens tradicionalmente antagónicas, a proposta é para compreender “o que subjaz às nossas motivações e à nossa capacidade de nos projectarmos a nós próprios e ao mundo que nos rodeia” quando recorremos a esses acessórios, sejam de adorno ou não, refere o comunicado do museu. Porém, há um conjunto de objectos que se destacam e que provêm directamente da colecção compilada para Rare Bird of Fashion – the Irreverent Iris Apfel.

Além dos acessórios e roupas de Apfel, a galeria viaja pelo mundo com objectos que vão desde um vestido de 1719 até um conjunto com o selo Alexander McQueen, mas também uma capa de um artista aleúte do séc. XIX, um estojo de maquilhagem japonês do mesmo período ou um alforge tuaregue.

Um fenómeno chamado Apfel

Iris Apfel nasceu a 29 de Agosto de 1921, em Nova Iorque. Filha única de Samuel Barrel, que trabalhava em joalharia, e de Sadye Barrel, que comercializava roupas para mulheres, Apfel desde cedo teve um contacto próximo com o mundo da moda e acessórios. E com a idade o gosto não se desvaneceu, acabando por estudar História da Arte na Universidade de Nova Iorque.

Trabalhou no Women’s Wear Daily, um jornal dedicado à indústria da moda; como decoradora de interiores de Elinor Johnson; ou como assistente do ilustrador Robert Goodman. Até que, em 1948, o casamento com Carl Apfel (1914-2015) abriu-lhe novas portas ainda que no mesmo sentido: em conjunto, criaram a tecelagem Old World Weavers, cuja gestão mantiveram até à década de 1990, quando optaram por se reformar. Paralelamente, entre as décadas de 1950 e 1990, Iris Apfel foi responsável por vários projectos de decoração e restauro, nomeadamente para a Casa Branca.

Mas, mesmo com estes trabalhos com clientes de peso, a empresária era uma anónima até ser descoberta pelo Metropolitan Museum of Art com uma exposição, comissariada por Stéphane Houy-Towner, cujo retumbante sucesso levou a que fosse montada diversas vezes, em distintas localizações, nos anos que se seguiram.

Actualmente, Iris Apfel vive em Nova Iorque e mantém uma atitude muito activa, mostrando que a idade não impede (quase) nada e, já este ano, assinou com a agência IMG Models, cujo portfólio inclui Kate Moss, Nicola Peltz ou Noah Mills. No Instagram, Apfel é seguida por mais de 1,3 milhões de utilizadores.

PEM, em busca da grandiosidade

O Peabody Essex Museum está prestes a tornar-se num “dos maiores destinos de arte do país, localizado fora de um grande centro urbano”, lê-se na nota de intenções do mesmo. Sendo um dos espaços museológicos mais antigos do país — na sua origem está a fundação da Sociedade Marítima da Índia Oriental, datada de 1799 —, o espaço assume-se também como o “de mais rápido crescimento do país”. 

Esta nova expansão, orçamentada em 125 milhões de dólares (111,7 milhões de euros), inclui 1400m2 de novas galerias: além da de Design e Moda, há lugar para a Arte Marítima e a Arte Asiática e para muitas instalações, como The Pod, que investiga a nossa relação com a natureza através de experiências interactivas, ou Charles Sandison: Figurehead 2.0, uma instalação imersiva e dinâmica, inspirada na vasta colecção de registos de navios e diários de navegadores do século XIX.

Além das galerias, a nova ala incluirá ainda um átrio repleto de luz e uma área de 450m2 de jardim, projectado pelo gabinete de arquitectos paisagistas Nelson Byrd Woltz.