Desemprego regressa às descidas, mas de forma moderada

Desemprego desce, mas, tendo em conta o efeito sazonal que normalmente se associa ao Verão, o desempenho do mercado de trabalho voltou a ser moderado. A descida homóloga registada é mesmo a mais pequena desde o terceiro trimestre de 2013

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Andreia Carvalho

O desemprego em Portugal baixou, durante o segundo trimestre deste ano, para 6,3%. O resultado representa um regresso à tendência de descida que tinha estado interrompida desde o mesmo período do ano passado, mas ainda assim confirma que a fase de fortes ganhos no mercado de trabalho português já terá sido ultrapassada.

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O desemprego em Portugal baixou, durante o segundo trimestre deste ano, para 6,3%. O resultado representa um regresso à tendência de descida que tinha estado interrompida desde o mesmo período do ano passado, mas ainda assim confirma que a fase de fortes ganhos no mercado de trabalho português já terá sido ultrapassada.

De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego baixou, no período de Abril a Junho deste ano, 0,5 pontos percentuais (correspondente a menos 25,1 mil desempregados) face aos 6,8% que se tinham registado nos primeiros três meses do ano. Face ao período homólogo do ano anterior, a descida do indicador foi de 0,4 pontos (correspondente a 23,3 mil desempregado). O INE estima a existência de 328,5 mil desempregados em Portugal.

Depois de, a partir de um máximo histórico de 17,5% no primeiro trimestre de 2013, ter estado a cair quase ininterruptamente, a taxa de desemprego portuguesa estagnou nos 6,7% entre o segundo trimestre de 2018 e o final desse ano, tendo depois subido para 6,8% no primeiro trimestre de 2019.

Aumentar

Deste modo, a descida agora registada representa o regresso a uma tendência positiva no mercado de trabalho. No entanto, é preciso ter em conta que, uma vez que os dados das estatísticas trimestrais do desemprego do INE não descontam os efeitos sazonais, os dados dos segundos trimestres de cada ano apresentam normalmente um desempenho superior aos do resto do ano, por causa do efeito dos empregos de Verão, em particular na restauração e hotelaria.

Assim, apesar da descida da taxa de desemprego, os dados agora registados voltam a mostrar que o mercado de trabalho português está agora numa fase muito menos expansiva do que a registada no período de 2013 a 2018. A descida homóloga do desemprego de 0,4 pontos é mesmo a mais baixa desde o terceiro trimestre de 2013, quando Portugal estava ainda em recessão.

E a descida em cadeia de 0,5% agora verificada na taxa de desemprego é a mais baixa num segundo trimestre desde 2012, ano de forte contracção da economia. No segundo trimestre do ano passado, por exemplo, a descida tinha sido de 1,2 pontos percentuais.

Os dados publicados pelo INE mostram ainda que a população empregada aumentou 0,7% (correspondente a mais 36,5 mil empregos) durante o segundo trimestre do ano, o que coloca a criação de empregos durante os últimos 12 meses em 42,6 mil.

Foi no sector dos serviços que se concentrou a criação de empregos, já que tanto na indústria e construção como na agricultura e pesca, a variação do número de empregos face ao trimestre anterior foi negativo. Este dado parece confirmar o efeito sazonal de Verão que é habitual nos inquéritos ao emprego dos segundos trimestres de cada ano.

O tipo de contrato praticado no emprego por conta de outrem continuou a ser o contrato sem termo.

O INE calcula ainda uma taxa de desemprego mais alargada, que também inclui, por exemplo, as pessoas que se encontram a trabalhar a tempo parcial porque não encontram um emprego a tempo completo ou as pessoas que, durante mês anterior ao inquérito não tomaram acções de procura activa de emprego, apesar de o desejarem. Esse indicador é classificado como taxa de subutilização do trabalho e baixou de 13,6% para 12,4% durante o segundo trimestre do ano.

No Programa de Estabilidade divulgado em Abril, o Governo prevê que, na totalidade deste ano, a taxa de desemprego se cifre em 6,6%.