Maior audácia do FC Porto premiada no minuto 89
Os “dragões” foram quase sempre superiores à equipa russa e ganharam vantagem na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Do outro lado estava um rival que tem vindo a afirmar-se no futebol russo, com trunfos de qualidade na equipa inicial (Tonny Vilhena, Rémy Cabella ou Marcus Berg), mas, concluídos os 90 minutos da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões entre o FK Krasnodar e o FC Porto, ficaram poucas dúvidas de que o vice-campeão português tem mais experiência e qualidade. Mesmo sem mostrarem grande fulgor, os “dragões” tiveram quase sempre ascendente sobre o 3.º classificado do campeonato russo, que mostrou demasiado respeito pelo adversário, e conseguiram uma vitória justa em Krasnodar (0-1), com um golo de qualidade de Sérgio Oliveira, no minuto 89.
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Do outro lado estava um rival que tem vindo a afirmar-se no futebol russo, com trunfos de qualidade na equipa inicial (Tonny Vilhena, Rémy Cabella ou Marcus Berg), mas, concluídos os 90 minutos da primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões entre o FK Krasnodar e o FC Porto, ficaram poucas dúvidas de que o vice-campeão português tem mais experiência e qualidade. Mesmo sem mostrarem grande fulgor, os “dragões” tiveram quase sempre ascendente sobre o 3.º classificado do campeonato russo, que mostrou demasiado respeito pelo adversário, e conseguiram uma vitória justa em Krasnodar (0-1), com um golo de qualidade de Sérgio Oliveira, no minuto 89.
Ao fim de 37 dias de pré-época, marcados pela chegada a conta-gotas dos reforços necessários para camuflar a saída de jogadores importantes — Casillas, Militão, Felipe, Óliver, Herrera ou Brahimi —, a primeira exposição oficial do FC Porto 2019-20 confirmou que Sérgio Conceição já tem um esboço do que pretende para a sua equipa neste arranque de temporada.
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Uma dezena de dias depois de perder em casa com o Mónaco, na apresentação aos adeptos do FC Porto — jogo no qual os portistas estiveram longe de convencer —, Conceição, de forma algo inesperada, manteve quase tudo na mesma. Tal como tinha acontecido contra os monegascos, o quarteto defensivo dos “dragões” em Krasnodar foi formado por Manafá, Pepe, Marcano e Alex Telles, ficando o meio-campo entregue a Danilo, Sérgio Oliveira e ao jovem Romário Baró. No ataque, havia novamente Corona e Soares, mas uma semana de treinos bastou para Marega empurrar o extremo colombiano Luis Díaz para o banco de suplentes. Para além do avançado maliano, a outra novidade em relação à partida com o Mónaco estava na baliza: um par de treinos depois, Conceição deixou claro que o argentino Agustín Marchesín será o novo dono da baliza portista.
Excluindo a mudança na baliza, havia apenas uma alteração no “onze”, mas a entrada de Marega provocou uma nuance táctica: Corona passou para a esquerda e quando o FC Porto atacava, era Romário Baró que tinha a função de apoiar Manafá na direita. A estratégia permitia reforçar a zona central quando a bola rolava nos pés dos jogadores do clube russo, mas é provável que nem Conceição estivesse à espera de um FK Krasnodar tão subserviente.
O jovem Murad Musaev, técnico de 35 anos que colocou a equipa do sul da Rússia a rivalizar com o Zenit e os “grandes” de Moscovo, optou por recorrer à táctica conservadora que é habitualmente utilizada nos jogos com um nível de dificuldade mais elevado, e que na época passada quase colocou o Valência em apuros na Liga Europa. Tal como tinha feito quatro dias antes, em São Petersburgo, onde conseguiu um empate com o Zenit, Musaev optou por jogar com apenas um homem de área (Marcus Berg foi o escolhido), deixando no banco jogadores de qualidade como Ari ou o jovem Ivan Ignatyev. A estratégia passava por dar alguma liberdade ao francês Rémy Cabella, que jogava sempre próximo de Berg, mas acabou por deixar o FC Porto mais confortável na defesa e com confiança para assumir o domínio.
O respeito do FK Krasnodar e a prudência do FC Porto, que não necessitava de correr grandes riscos na Rússia, resultaram numa primeira parte soporífera. Com mais bola — 61% de posse ao intervalo —, os “dragões” mostraram-se num par de ocasiões — Marega (13’) e Corona (23’) —, mas o zero ao intervalo ajustava-se ao fraco nível da partida.
A segunda parte não começou de forma diferente. Com o FK Krasnodar aparentemente cómodo face ao empate sem golos, Sérgio Conceição começou por revelar paciência, mas aos 55’ deixou um primeiro sinal de que queira mais: o extremo Luis Díaz foi lançado para o lugar de Romário Baró. Com a troca, Corona mudou-se para a direita, onde rende mais, e o FC Porto passou a jogar num 4x4x2 mais preciso.
A resposta de Musaev surgiu com trocas directas, sem mexer muito com a estrutura, mas já com Zé Luís em campo no lugar de Soares, os russos tiveram a única grande oportunidade de golo em todo o jogo: aos 80’, Cabella aproveitou um espaço à entrada da área para rematar forte, mas Marchesín começou a justificar os mais de oito milhões investidos na sua contratação. Pouco depois, foi a vez de o lateral Sergei Petrov atirar por cima.
No período menos seguro dos portistas, Conceição trocou Corona por Otávio e, três minutos depois, Zé Luís foi derrubado à entrada da área. Sérgio Oliveira assumiu a responsabilidade de bater o livre directo e, com um remate em arco, colocou a bola no fundo da baliza de Safonov. Oito meses depois, Oliveira voltava a marcar e premiava no minuto 89 a maior audácia do FC Porto.