Ainda existem homens maiores do que a vida
Nasceu no Spanish Harlem – onde viu, com oito anos apenas, James Brown a uns escassos metros de si –, viveu na China e na Turquia e, quase 40 anos depois de ter começado a cantar, foi à Finlândia gravar um disco de soul absolutamente clássico. Carlton Jumel Smith é uma daquelas luzes de bondade como há poucas.
“Oh man… I got so many stories…!” – é a frase que lhe ouviremos uma e outra vez, poucos dias antes de Carlton partir para um conjunto de concertos em França. Todas essas histórias têm origem, directa ou indirectamente, no n.º 1634 de Lexington Avenue, no Spanish Harlem, bairro nova-iorquino onde Carlton nasceu e que um dia foi imortalizado por Ben E. King e, sobretudo, Aretha Franklin. “My Mother” — resposta imediata quando lhe perguntamos pelo primeiro pensamento ou imagem dessa morada, a mesma que dá título ao seu mais recente álbum (a anos-luz o melhor da sua carreira), editado pelo selo finlandês Timmion Records.