Portugal Fashion quer comité com ModaLisboa para seleccionar designers

Em Abril, vários designers portugueses pediram “mais comunicação” ao Portugal Fashion, criticando a falta de estratégia e de transparência da estrutura e afirmando que a comunicação entre as partes envolvidas era “insuficiente”.

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Eduarda Abbondanza, presidente da ModaLisboa, e Adelino Costa Matos, antigo presidente da ANJE/ Portugal Fashion, durante a celebração do protocolo de cooperação entre a ModaLisboa e a ANJE LUSA/FERNANDO VELUDO

O plano de acção do Portugal Fashion para 2019-2021 vai passar pela criação de um comité de selecção de designers em conjunto com a ModaLisboa, avançou esta terça-feira o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

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O plano de acção do Portugal Fashion para 2019-2021 vai passar pela criação de um comité de selecção de designers em conjunto com a ModaLisboa, avançou esta terça-feira o presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE).

“Vamos tentar que, cada vez mais, todo o processo de selecção de escolha e de diálogo com os designers seja o mais transparente, o mais objectivo possível”, declarou o presidente da ANJE, José Pedro Freitas, revelando que estão a trabalhar com a ModaLisboa para criar uma “espécie de comité”, com académicos e outros elementos do sector, que ajudem a seleccionar quais os mercados mais interessantes para os criadores de moda escolhidos apresentarem as suas colecções.

Em entrevista à Lusa no âmbito da nova candidatura a fundos comunitários do Portugal Fashion para 2019-2021, o presidente da ANJE, responsável pelo projecto, assume que o “novo ciclo” passa pela transparência e também por mais acções conjuntas com a ModaLisboa, aliando “criatividade e sucesso comercial”.

“A transparência, na prática, vai ser executada pelos critérios predefinidos pelas entidades que organizam os desfiles de moda internacionais e terão de fazer parte do processo de selecção [...]. A capacidade e a evidência da actividade comercial reconhecida é tipicamente um dos factores comuns nos critérios dessas mesmas entidades”, observou.

Em Abril passado, vários designers portugueses pediram “mais comunicação” ao Portugal Fashion, criticando a falta de estratégia e de transparência da estrutura e afirmando que a comunicação entre as partes envolvidas era “insuficiente” e que os convites para desfiles nas semanas da moda internacionais eram lançados em cima da hora.

O Portugal Fashion está neste momento a estruturar, com a ModaLisboa, todo o processo de definição e de selecção que vai passar pelo estabelecimento de alguns indicadores, quer de abrangência nos mercados internacionais, quer de pontos de venda, quer de experiências de execução de feiras e eventos na área da moda, explicou José Pedro Freitas.

O responsável da ANJE disse ainda que os especialistas a compor o comité conjunto serão, por exemplo, académicos do sector e promotores de moda, como “influenciadores” nas redes sociais, bloggers e marketeers com experiência sobretudo nos mercados internacionais e com marcas reconhecidas.

“Em qualquer processo de selecção vai haver pessoas satisfeitas e outras insatisfeitas”, mas o presidente da ANJE deixa vincado que há um orçamento e há um “conjunto de regras e definições das próprias entidades que organizam os eventos internacionais que se têm que cumprir”, havendo limite para o acesso por parte dos designers.

No âmbito do novo plano de acção para o triénio 2019-2021, a primeira acção conjunta de promoção da moda portuguesa entre o Portugal Fashion e a ModaLisboa vai acontecer já no próximo mês de Setembro, em Paris, e será uma “apresentação” e não um desfile de moda, disse fonte da organização, sem revelar data e local.

Outra das novidades em que o Portugal Fashion vai apostar no futuro é o mercado em Xangai, China, que é visto pela estrutura “como em forte expansão” e porque podem surgir “várias oportunidades de negócio para os designers e marcas portuguesas”.

A ANJE apresentou a nova candidatura a 12 de Julho e, segundo o presidente, o novo apoio deverá voltar a sofrer cortes em relação aos apoios anteriores.

“Esta tendência para os fundos serem cada vez mais curtos explica-se com dois motivos. Um prende-se por uma decisão da própria União Europeia, relativamente à afectação dos seus recursos, mas também pelo facto de a UE ser hoje um conjunto mais alargado de países, e alguns com necessidades adicionais face às que Portugal tem”, observou.

Com recursos “mais escassos”, a ANJE vê-se assim obrigada a que haja “maior alinhamento” e “maior concertação”. “No fundo, é ser mais eficiente na utilização desses recursos”, concluiu.