Irão apreendeu mais um petroleiro estrangeiro no Golfo Pérsico
Guarda Revolucionária diz que o navio fazia “contrabando” de petróleo para “países árabes” e deteve os sete membros da tripulação.
A televisão estatal iraniana revelou este domingo que a Guarda Revolucionária apreendeu mais um petroleiro estrangeiro no Golfo Pérsico na passada quarta-feira. O navio estaria a fazer “contrabando” de petróleo para “países árabes” e os sete membros da tripulação foram detidos. A apreensão do petroleiro é o mais recente de uma série de incidentes na região, derivados do braço-de-ferro entre o Irão e os Estados Unidos, e os seus aliados, por causa do abandono norte-americano do acordo nuclear iraniano.
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A televisão estatal iraniana revelou este domingo que a Guarda Revolucionária apreendeu mais um petroleiro estrangeiro no Golfo Pérsico na passada quarta-feira. O navio estaria a fazer “contrabando” de petróleo para “países árabes” e os sete membros da tripulação foram detidos. A apreensão do petroleiro é o mais recente de uma série de incidentes na região, derivados do braço-de-ferro entre o Irão e os Estados Unidos, e os seus aliados, por causa do abandono norte-americano do acordo nuclear iraniano.
“As forças navais da Guarda Revolucionária apreenderam um petroleiro estrangeiro no Golfo Pérsico, que estava a contrabandear petróleo para alguns países árabes. Transportava 700 mil litros de combustível. Os sete marinheiros, de diferentes nacionalidades, que se encontravam a bordo, foram detidos”, anunciou o comandante Ramezan Zirahi, de acordo com uma citação na televisão do Estado.
A agência noticiosa Fars, com ligações ao Governo, reproduziu uma outra reacção de Zirahi, que refere que a apreensão do petroleiro e a detenção da tripulação foram levadas a cabo “em coordenação e com base nas ordens das autoridades judiciais” iranianas.
Segundo a Al-Jazira, os membros da tripulação foram transportados para a cidade de Bushehr, no Sudoeste do Irão, onde estão presos. Não foram reveladas as nacionalidades dos sete detidos, nem a bandeira do petroleiro.
A marinha iraniana ainda tem apreendido um navio com pavilhão britânico, interceptado há duas semanas perto do Estreito de Ormuz, por supostas “violações marítimas”. Esse episódio sucedeu, por seu lado, à apreensão de um outro petroleiro, iraniano, no Estreito de Gibraltar, por fuzileiros britânicos. O navio era suspeito de estar a transportar petróleo para a Síria.
Antes disso houve ataques furtivos a outros petroleiros, cujos autores não são conhecidos, um abate iraniano de um drone norte-americano e um ataque norte-americano ao Irão, abortado à última hora por Donald Trump, entre outros episódios.
O clima de tensão numa região por onde circula cerca um terço de todo o petróleo comercializado ao nível global é o resultado da decisão do Presidente dos EUA de abandonar o acordo nuclear iraniano, de 2015, e de repor as sanções económicas a Teerão – nomeadamente ao seu sector petrolífero.
Washington acusa os iranianos de nunca terem abdicado dos planos de desenvolvimento de armas de destruição maciça e de continuarem a financiar terroristas na região e Trump decidiu, por isso, sair do acordo que estabelecia um compromisso, segundo o qual Teerão limitava a sua produção nuclear, em troca do levantamento das sanções económicas internacionais.
O Irão, por seu lado, rejeita todas as acusações. Mas decidiu deixar de cumprir algumas disposições do pacto – ultrapassando, por exemplo, o limite de urânio enriquecido acumulado –, para poder fazer frentes às fragilidades e necessidades da sua economia, cada vez mais danificada pelas sanções dos EUA.
As relações entre os dois países encontram-se, assim, num dos seus piores momentos. Prova disso foi um convite recentemente rejeitado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Javad Zarif, para visitar Washington e reunir pessoalmente com Trump.
Segundo a revista New Yorker, Zarif disse ao senador norte-americano Rand Paul – que serviu de intermediário – que o Governo iraniano considerou que uma visita à Casa Branca não seria mais do que um momento para o Presidente tirar uma boa fotografia, sem dar qualquer continuidade à discussão entre os dois Estados.