Companhia de Dança de Évora estreia Ensaio sobre a Cegueira
Criação feita a partir do livro de José Saramago integra o programa do festival Artes à Rua, que decorre até 5 de Setembro.
A Companhia de Dança Contemporânea de Évora (CDCE) estreia este sábado a sua nova criação, Ensaio sobre a Cegueira, da coreografa Nélia Pinheiro, a partir da obra de José Saramago.
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A Companhia de Dança Contemporânea de Évora (CDCE) estreia este sábado a sua nova criação, Ensaio sobre a Cegueira, da coreografa Nélia Pinheiro, a partir da obra de José Saramago.
A coreografia tem estreia marcada para as 22h00, no mercado municipal da cidade alentejana, estando a apresentação, com entrada livre, inserida na programação do festival Artes à Rua, que decorre em Évora até 5 de Setembro, organizado pelo município.
Segundo a companhia, a nova criação é “inspirada na obra com o mesmo título de José Saramago”, e resulta de “um percurso de experimentação coreográfica em torno do comportamento do corpo humano perante situações de crise e violência”. “Os conflitos interiores, o medo, o individualismo como forma natural de existir e as questões éticas e morais associadas ao comportamento em sociedade elencam a natureza temática e comportamental dos bailarinos. Em cena, a natureza humana é exposta de forma crua, sem emoção, para suscitar activação do espectador”, resume a CDCE.
Com direcção e coreografia de Nélia Pinheiro, Ensaio sobre a Cegueira tem “um formato próximo da instalação artística coreográfica” e apresenta “uma linguagem experimental, tanto ao nível visual, como ao nível do posicionamento do corpo no movimento e na cena”. “Os elementos chave da obra de Saramago surgem como indutores da linguagem dramatúrgica, que desenvolve uma metáfora acerca do comportamento humano individual e colectivo, um discurso contemporâneo sobre a condição humana”, acrescenta a companhia.
A interpretação está a cargo de três bailarinos, que assumem diferentes personagens da obra de Saramago, indica a CDCE, adiantando que os figurinos são da autoria de José António Tenente e que o desenho de luz está a cargo de Nuno Meira. Já o ambiente sonoro resultou de uma criação de Gonçalo Almeida Andrade, desenvolvida no interior da obra pelos bailarinos.