EUA agravam taxas sobre mais importações da China
Apesar de garantir que as negociações entre os dois países vão continuar, Donald Trump decidiu subir o tom do conflito comercial com a sua arma preferida: mais taxas alfandegárias.
Na mesma semana em que EUA e China voltaram à mesa das negociações à procura de um acordo comercial entre os dois países, Donald Trump decidiu anunciar um agravamento das taxas alfandegárias aplicadas a produtos importados da China no valor de 300 mil milhões de dólares, uma manobra negocial que promete agravar ainda mais as tensões nas relações comerciais internacionais.
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Na mesma semana em que EUA e China voltaram à mesa das negociações à procura de um acordo comercial entre os dois países, Donald Trump decidiu anunciar um agravamento das taxas alfandegárias aplicadas a produtos importados da China no valor de 300 mil milhões de dólares, uma manobra negocial que promete agravar ainda mais as tensões nas relações comerciais internacionais.
O presidente norte-americano garante que as negociações, reiniciadas no inicio desta semana em Xangai depois de uma interrupção de mais de um mês, são para continuar, mas ao mesmo tempo decidiu anunciar, através da sua conta de Twitter que, a partir de Setembro, os Estados Unidos vão passar a aplicar uma taxa alfandegária de 10% em mais 300 milhões de dólares de importações provenientes da China. As taxas de 25% que já tinham sido aplicadas em produtos no valor de 250 mil milhões de dólares mantém-se.
Apesar de dizer que a ronda negocial realizada esta semana tinha sido “construtiva”, Donald Trump deu como explicação para esta medida aquilo que diz ser o incumprimento de promessas por parte da China. O presidente do EUA defende que, há três meses, Pequim tentou renegociar um acordo que já tinha sido obtido entre as partes, afirma que a China não concretizou o compromisso de comprar produtos agrícolas norte-americanos em grandes quantidades, e diz que o seu homólogo chinês, Xi Jinping, não cumpriu a promessa de travar as vendas do opiáceo sintético fentanil para os EUA.
No meio destes argumentos, o que parece evidente é que a Casa Branca continua a usar o poder de afectar as exportações da China como arma negocial para obter um acordo mais favorável para os Estados Unidos. A economia chinesa tem baseado uma parte muito importante do seu crescimento no sector exportador e os Estados Unidos são um dos países com que regista um excedente comercial mais significativo.
A decisão de agravar as taxas alfandegárias aplicadas aos produtos chineses acontece um dia depois de a Reserva Federal ter decidido baixar as suas taxas de juro, no que disse ser uma tentativa de prevenção contra riscos como o do agravamento do conflito comercial entre os EUA e China.