O camaleão algarvio está em perigo e o Orçamento Participativo pode ajudar

Centro de protecção dos camaleões algarvios está a concorrer ao Orçamento Participativo Jovem Portugal 2019, até 4 de Agosto. Espécie “encontra-se ameaçada pela fragmentação do território, bem como pelos constantes atropelamentos e capturas ilegais”, alertam jovens ambientalistas.

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Um grupo de universitários lisboetas está a concorrer ao Orçamento Participativo (OP) Jovem Portugal 2019 com a proposta de criar, no Algarve, um centro de ajuda e protecção dos camaleões algarvios. Miguel Brito, coordenador do projecto, revelou ao P3 que o Centro de Recuperação e Investigação do Camaleão do Algarve vai “procurar ser um local onde o camaleão do Algarve se possa reproduzir, ser tratado e estudado”. A obra, com um custo estimado de 60 mil euros, “há-de ser inserida no Parque Natural da Ria Formosa ou na Universidade do Algarve”, explicou o estudante, acrescentando que, para já, as normas do concurso não permitem a construção de infra-estruturas.

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Um grupo de universitários lisboetas está a concorrer ao Orçamento Participativo (OP) Jovem Portugal 2019 com a proposta de criar, no Algarve, um centro de ajuda e protecção dos camaleões algarvios. Miguel Brito, coordenador do projecto, revelou ao P3 que o Centro de Recuperação e Investigação do Camaleão do Algarve vai “procurar ser um local onde o camaleão do Algarve se possa reproduzir, ser tratado e estudado”. A obra, com um custo estimado de 60 mil euros, “há-de ser inserida no Parque Natural da Ria Formosa ou na Universidade do Algarve”, explicou o estudante, acrescentando que, para já, as normas do concurso não permitem a construção de infra-estruturas.

Segundo Miguel Brito, a ideia tem cerca de dois anos e surgiu quando trabalhava como nadador-salvador em Cabanas de Tavira, no distrito de Faro. O jovem rapidamente percebeu que não se viam assim tantos camaleões no Algarve como lhe tinham dito, o que o levou a “seguir o exemplo dos centros nacionais que existem de recuperação do lince-ibérico”. “Se ganharmos, poderemos vir a criar também uma associação SOS camaleão”, revelou o estudante lisboeta, que entende que “o futuro do camaleão está nas mãos dos jovens portugueses”.

Segundo os autores da proposta — Artur Guerreiro, Nuno Alóvia, Guilherme Carvalho, além de Miguel Brito —, “o camaleão-comum, em Portugal, só existe no litoral algarvio e a sobrevivência desta espécie encontra-se ameaçada pela fragmentação do território, bem como pelos constantes atropelamentos e capturas ilegais”. Daí a necessidade de se “reverter esta situação” e agir o mais rapidamente possível. “Em 2006, a Liga Portuguesa dos Direitos do Animal anunciou que o camaleão estava num estado vulnerável, (…), pelo que nós acreditamos que mais vale prevenir do que remediar”, esclareceu o coordenador do projecto. “Queremos seguir o exemplo dos vizinhos espanhóis, que já criaram um centro deste género em Málaga.”

Na próxima edição do Orçamento Participativo Jovem Portugal, o grupo activista vai escolher um outro animal em vias de extinção, para se voltar a candidatar.

Neste momento, e até este domingo, 4 de Agosto, decorre a votação pública nacional, através do portal do OP Jovem ou do envio de uma mensagem SMS gratuita. Podem votar todos os jovens cidadãos portugueses e estrangeiros a residir em Portugal, entre os 14 e os 30 anos. A lista completa dos projectos a concurso pode ser consultada aqui.