No Ribas da Ericeira há marisco com um “toque contemporâneo”
A marisqueira fechou e reabriu no início deste ano, com nova gerência, uma decoração de luxo, uma carta que se equipara à decoração e uma equipa profissional sob a tutela do chef Igor Martinho.
Era uma marisqueira como tantas outras na vila e arredores, onde o foco estava no marisco fresco e não na decoração ou no chef. Teria mais de 30 anos de funcionamento na mesma rua onde fica o antigo casino da Ericeira, hoje a Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva. A Marisqueira Ribas fechou e reabriu no início deste ano, com nova gerência, uma decoração de luxo, uma carta que se equipara à decoração e uma equipa profissional sob a tutela do chef Igor Martinho, que há dez anos conquistou o primeiro lugar no Concurso Nacional de Cozinheiros.
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Era uma marisqueira como tantas outras na vila e arredores, onde o foco estava no marisco fresco e não na decoração ou no chef. Teria mais de 30 anos de funcionamento na mesma rua onde fica o antigo casino da Ericeira, hoje a Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva. A Marisqueira Ribas fechou e reabriu no início deste ano, com nova gerência, uma decoração de luxo, uma carta que se equipara à decoração e uma equipa profissional sob a tutela do chef Igor Martinho, que há dez anos conquistou o primeiro lugar no Concurso Nacional de Cozinheiros.
Quando se entra, os olhos ficam indecisos entre o aquário no centro da sala, com douradas, sapateiras, lagostas e o caranguejo-real (vindo do Alasca, é difícil de encontrar em restaurantes portugueses, diz Ana Fernandes, assessora do grupo ELS); ao fundo, o balcão com uma elegante peixeira em pedra lioz de Pêro Pinheiro, de onde saíram os blocos para construir o Convento de Mafra, cheia de pequenos crustáceos, e uma máquina moderna, mas com um ar muito vintage, onde o presunto Pata Negra é cortado em fatias finíssimas; e, na parede, uma extensa pintura feita sobre barrotes de madeira, que retrata um dos cenários mais famosas da vila, o da Praia dos Pescadores, de onde saiu a família real após o regicídio e a implantação da República. O quadro é de Ricardo Paula.
Ao contrário das tradicionais marisqueiras, o barulho não existe. A sala, com 60 lugares sentados (a esplanada leva mais 14 pessoas), está bem insonorizada, as sumptuosas cadeiras de tecido ajudam, mas o facto de os empregados comunicarem entre si e com a cozinha através de intercomunicadores também contribui para um silêncio agradável, só interrompido pelo bater dos martelos nas mesas de quem pediu mariscadas (70 euros ou 120 euros se escolher a mariscada Ribas, para três a quatro pessoas).
O Ribas é mais do que marisco, pois ali também se come carne Black Angus, risotto e massas. Ou seja, os pratos típicos da região misturam-se com outros com um toque mais contemporâneo, fruto das ideias de Igor Martinho, mas também de Vítor Lima, especialista na confecção de peixes e mariscos, e Mário Póvoa, o único natural da Ericeira e que conhece as tradições locais. Para começar, não perca o pão rústico (3,95 euros) e a sopa rica de peixe e marisco (6 euros). Depois, se não for grande fã de bivalves, mariscos ou santolas, escolha o risotto de limão e carabineiros (30 euros) ou o risoni (uma massa italiana que parece a pevide portuguesa) cremoso de gambas e espargos (25 euros). Com o mascallah de chocolate com nata gelada (6,5 euros) fecha a refeição com chave de ouro.
A ELS — Estêvão Luís Salvador é a empresa de produção agrícola de Almargem do Bispo que comprou o Ribas, mas também o grupo Pão da Vila — que começou na Ericeira, abriu uma loja em Lisboa e vai inaugurar, muito brevemente, um novo espaço na Avenida da República, com 150 lugares. A aposta na vila piscatória vai continuar, revela Ana Fernandes.
Notícia actualizada dia 1/8/2019, às 11h11: acrescentada a informação que a família real portuguesa saiu do país após a implantação da República.