BE quer ver esclarecida a “confusão” das golas inflamáveis
Setenta mil golas fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela protecção civil no âmbito dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras. Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, determinou a abertura de um inquérito urgente.
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse este sábado esperar que o inquérito anunciado pelo Governo à contratação de material de sensibilização para incêndios possa ajudar a perceber a “confusão do caso”.
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A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse este sábado esperar que o inquérito anunciado pelo Governo à contratação de material de sensibilização para incêndios possa ajudar a perceber a “confusão do caso”.
“O mais importante é que o ministro da Administração Interna tenha anunciado o inquérito para nós percebermos toda a confusão que há neste caso, porque precisamos que as populações tenham as maiores das confianças em tudo o que é feito para a sua segurança na questão dos incêndios”, comentou.
Em causa estão as 70 mil golas fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que terão custado 125 mil euros, e que foram entregues pela Protecção Civil no âmbito dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras. As golas, fabricadas em poliéster, “não têm a eficácia que deveriam ter: evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro”. A Protecção Civil garante que os kits fazem parte de uma mera campanha de sensibilização (e não devem ser usados em incêndios), mas o Ministério da Administração Interna chamou-lhes “kits de autoprotecção e golas de protecção fumo”.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, determinou a abertura de um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios, na sequência de notícias sobre golas antifumo com material inflamável distribuídas no âmbito do programa “Aldeias Seguras”.
Falando aos jornalistas em Amarante, onde este sábado visitou o Festival Mimo, a dirigente do BE insistiu que “tudo o que foi dito neste caso foi bastante confuso e é difícil de compreender”, defendendo que “nestas questões [de protecção civil] todo o cuidado é pouco”.
“É preciso ganhar sempre a confiança das populações para todos os mecanismos de protecção”, reforçou.
Catarina Martins apelou, por outro lado, a que se mantenham as negociações entre os sindicatos dos motoristas de transporte de mercadorias perigosas para que seja possível evitar a greve. “O apelo que nós fazemos é que possa existir uma negociação séria, uma negociação que proteja os interesses dos trabalhadores, que vá ao encontro das suas expectativas. Esperamos que esse diálogo possa acontecer até ao momento da greve”, indicou, acrescentando:
“O apelo que nós fazemos é que possa existir uma negociação séria, uma negociação que proteja os interesses dos trabalhadores e que vá ao encontro das suas expectativas. Esperamos que esse diálogo possa acontecer até ao momento da greve”.
A coordenadora do BE disse compreender as razões dos motoristas, “porque fizeram um acordo com a sua entidade patronal para uma valorização salarial que aparentemente [aquela] agora não quem cumprir”. Recordou, no entanto, a necessidade de serem acautelados os serviços mínimos.
Catarina Martins saudou o anúncio dos sindicatos no sentido de que irão cumprir os serviços mínimos se a greve for uma realidade.