Naufrágio mata pelo menos 150 pessoas perto da costa líbia
O resgate imediato foi levado a cabo por um barco de pesca que se encontrava nas proximidades. Salvaram-se 150 pessoas que estão a ser devolvidas à Líbia, onde quem tenta chegar à Europa enfrenta condições atentatórias dos direitos humanos
Pelo menos 150 refugiados e migrantes morreram esta quinta-feira num naufrágio nas proximidades da costa líbia, avança o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Outras 150 pessoas foram salvas e estão a regressar ao país do Norte de África.
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Pelo menos 150 refugiados e migrantes morreram esta quinta-feira num naufrágio nas proximidades da costa líbia, avança o ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Outras 150 pessoas foram salvas e estão a regressar ao país do Norte de África.
Calcula-se que estivessem a bordo cerca de 300 pessoas, segundo relatos de sobreviventes. Os migrantes e refugiados partiram de Al Khoms, 120 km a leste de Trípoli, e não se sabe se o naufrágio envolveu um ou dois embarcações, escreve a Reuters.
O resgate imediato foi levado a cabo por um barco de pesca que se encontrava nas proximidades, regressando logo de seguida à Líbia com sobreviventes, também de acordo com a agência humanitária das Nações Unidas.
O Alto Comissariado e outras agências das Nações Unidas têm apelado incessantemente para que os migrantes e refugiados não sejam devolvidos à Líbia, onde acabam por viver em condições atentatórias aos direitos humanos. Tráfico humano, tortura e violações são algumas das ameaças que enfrentam no país dilacerado por anos de constante guerra civil.
O país norte africano é um ponto de passagem essencial de quem tenta fugir da guerra e da miséria para chegar à Europa via Mediterrâneo, e muitos dos naufrágios acontecem perto da sua costa. Há duas semanas, o naufrágio de uma embarcação frágil que tentava a travessia matou 86 pessoas. E, em Maio, uma outra embarcação teve o mesmo destino, desta vez na costa tunisina, causando a morte a pelo menos 64 pessoas. A marinha tunisina resgatou 16 pessoas.
Desde o início deste ano que morreram pelo menos 686 pessoas – número que não inclui o naufrágio desta quinta-feira –, segundo dados do site de rastreamento Missing Migrants. Em 2018, morreram 1510 pessoas, número considerado conservador. No total, e segundo o mesmo site, já morreram 11.449 pessoas desde 2014.
Ainda que seja uma rota perigosa, os migrantes e refugiados continuam a arriscar a vida ao tentar chegar à Europa e, nos primeiros três meses deste ano, chegaram às costas sul do continente europeu 15.900 pessoas – uma diminuição de 17% face ao mesmo período do ano anterior.
A diminuição de chegadas é atribuída por Itália ter acordado com a guarda costeira da Líbia o bloqueio de todas as embarcações com refugiados e migrantes a bordo que tentam abandonar as águas territoriais líbias. A política italiana é condenada por várias organizações internacionais por colocar em causa os direitos humanos.