Português será língua curricular em 32 países no próximo ano lectivo
Portugal estabeleceu em Setembro de 2018 como meta “a breve prazo” a integração do português como língua de opção no ensino básico e secundário de 40 países.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, estimou esta segunda-feira, em Lisboa, que no próximo ano lectivo o português integre o currículo escolar de 32 países como parte do esforço de expansão e consolidação da língua portuguesa.
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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, estimou esta segunda-feira, em Lisboa, que no próximo ano lectivo o português integre o currículo escolar de 32 países como parte do esforço de expansão e consolidação da língua portuguesa.
“A nossa ambição é generalizar mais essa presença. Com dois projectos-piloto que começarão no próximo ano lectivo, estaremos em 32 países. Nesses países, o português será uma das línguas estrangeiras curriculares”, disse.
Augusto Santos Silva falava aos jornalistas do 4.º Encontro da Rede de Ensino de Português no Estrangeiro, que reúne, em Lisboa, professores, leitores e coordenadores do ensino de português no estrangeiro.
Por seu lado, Luís Faro Ramos, presidente do Camões - Instituto da Cooperação da Língua, adiantou que está em projecto-piloto a integração do português no ensino secundário na Argélia e na Turquia. “Cuba também manifestou interesse em poder vir a ter a língua portuguesa como opcional no seu currículo público, temos, desde o ano passado, a Venezuela e falamos também com a Colômbia. Tudo isto são projectos em estudo”, disse Faro Ramos.
Portugal estabeleceu em Setembro de 2018 como meta “a breve prazo” a integração do português como língua de opção no ensino básico e secundário de 40 países. Santos Silva apontou a crescente procura e interesse pelo ensino do português como língua de herança, mas sublinhou a necessidade de não descuidar o acompanhamento desta realidade para evitar retrocessos.
Como exemplos, apontou os casos do Luxemburgo, onde, em 2017, uma comuna anunciou o fim do ensino integrado de Português, medida entretanto suspensa, e o da França, onde as autoridades anunciaram a retirada do português como prova final para terminar o secundário, tendo, entretanto, mantido, à experiência, essa possibilidade para a região de Paris e Guiana Francesa.
O ministro considerou que a “questão da França está resolvida”, defendendo que é preciso “demonstrar aos franceses que há procura pela aprendizagem da língua portuguesa”. “Vamos fazê-lo na Île de France, onde se concentra a maioria da comunidade portuguesa, e com isso mostraremos que faz sentido considerar a língua portuguesa como o espanhol, o inglês, o alemão ou o italiano uma língua estrangeira fundamental para as aprendizagens no secundário francês e no progresso para o ensino superior”, acrescentou.
O ensino e promoção do português no estrangeiro assenta numa rede de cursos da responsabilidade do Governo português destinada às comunidades portuguesas, que têm actualmente mais de 70 mil alunos, num conjunto de escolas portuguesas nos países lusófonos, e num sistema de integração do ensino do português nos currículos das escolas secundárias de vários países, além da rede de leitorados e cátedras em universidades.