Risco máximo de incêndio em Castelo Branco e Santarém. Temperaturas rondam os 40 graus

O tempo quente, baixa humidade e vento moderado não será “favorável ao combate aos fogos” que lavram desde o fim-de-semana sobretudo em Vila de Rei e Mação — fogos que continuam activos e a ser combatidos por mais de mil operacionais.

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PAULO PIMENTA

Alguns concelhos dos distritos de Castelo Branco e Santarém, afectados por incêndios desde o fim-de-semana, apresentam um risco máximo de incêndio nesta segunda-feira, temperaturas máximas a rondar os 39 e 40 graus Celsius e baixa humidade, segundo o IPMA.

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Alguns concelhos dos distritos de Castelo Branco e Santarém, afectados por incêndios desde o fim-de-semana, apresentam um risco máximo de incêndio nesta segunda-feira, temperaturas máximas a rondar os 39 e 40 graus Celsius e baixa humidade, segundo o IPMA.

Em declarações à agência Lusa a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), Madalena Rodrigues, adiantou que o dia de segunda-feira vai ser marcado por tempo quente, baixa humidade e vento moderado, situação que não é “favorável ao combate aos fogos”.

“Para as regiões afectadas pelos incêndios que pertencem ao distrito de Castelo Branco estão previstos 39 graus Celsius e baixa humidade que pode atingir os 15% durante a tarde. Para amanhã [terça-feira] já se prevê uma pequena descida da temperatura máxima e uma ligeira recuperação da humidade relativa nas regiões do interior norte e cento”, explicou.

Entre os quase 40 concelhos em risco máximo de incêndio estão os concelhos de Vila de Rei e Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, e Mação e Sardoal, em Santarém. Há também vários concelhos dos 18 distritos de Portugal continental em risco muito elevado e elevado de incêndio.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo, sendo o elevado o terceiro nível mais grave. Os cálculos para este risco são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

A meteorologista do IPMA disse à Lusa que o IPMA prevê para segunda-feira céu pouco nublado ou limpo no continente, com nebulosidade no litoral oeste no final da manhã e na faixa costeira ao longo do dia.

“Amanhã [terça-feira] será um dia muito semelhante ao de hoje, mas prevê-se alguma instabilidade com possibilidade de aguaceiros e trovoada no interior norte e centro. (...) No entanto, em termos de quantidade de precipitação é muito pouca e não fará muita diferença [para os fogos]”, disse. Em relação ao vento, Madalena Rodrigues indicou que haverá uma ligeira diminuição da intensidade, prevendo-se que seja moderado no litoral e nas terras altas.

Por causa do tempo quente, o IPMA colocou os distritos de Bragança, Évora, Guarda, Vila Real, Beja, Castelo Branco e Portalegre sob aviso amarelo devido à persistência de valores elevados da temperatura máxima até às 21h de quarta-feira. O aviso amarelo, o terceiro de uma escala de quatro, revela situação de risco para determinadas actividades dependentes da situação meteorológica.

A meteorologista do IPMA referiu ainda à Lusa que a tendência é para uma descida das temperaturas nas regiões do interior norte e centro entre os três e os cinco graus Celsius na quinta-feira.

Vários incêndios deflagraram no distrito de Castelo Branco ao início da tarde de sábado. Dois com origem na Sertã e um em Vila de Rei assumiram maiores dimensões, tendo este último alastrado, ainda no sábado, ao concelho de Mação, distrito de Santarém. O incêndio de Vila de Rei e Mação é o único que continua por controlar e tem mobilizado várias centenas de operacionais e de meios de combate.

Um civil ficou ferido com gravidade neste incêndio e está internado no hospital de São José, em Lisboa. Há ainda nove feridos ligeiros e mais de duas dezenas de pessoas foram assistidas no terreno pelas equipas do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

As chamas também já atingiram habitações, num número ainda não quantificado pelas autoridades, depois de durante a tarde de domingo as chamas terem ameaçado dezenas de aldeias, segundo os autarcas.