Índia a caminho da Lua pela segunda vez
A sonda Chandrayaan-2 foi lançada esta segunda-feira de manhã e, por enquanto, tudo está a correr como previsto. A missão tem como destino o pólo Sul da Lua onde um veículo deverá aterrar daqui a 47 dias.
O foguetão foi lançado esta segunda-feira às 10h14 de Portugal continental, depois de a missão ter sido adiada a 14 de Julho por causa de um problema técnico. O plano é levar um veículo até ao inexplorado pólo Sul da superfície lunar, mas a viagem até ao destino ainda vai durar quase dois meses.
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O foguetão foi lançado esta segunda-feira às 10h14 de Portugal continental, depois de a missão ter sido adiada a 14 de Julho por causa de um problema técnico. O plano é levar um veículo até ao inexplorado pólo Sul da superfície lunar, mas a viagem até ao destino ainda vai durar quase dois meses.
Poucos dias depois de termos celebrado a histórica primeira missão à Lua, a Índia deverá em breve confirmar que é a quarta nação a pousar no solo lunar. A 22 de Outubro de 2008, o foguetão PSLV C11 saía do centro espacial Satish Dhawan, no Sul da Índia, levando a sonda Chandrayaan-1. Depois de vários percalços, a Índia acabou por declarar o fim prematuro desta primeira missão em Agosto de 2009, quando a viagem ainda ia a meio.
Agora é a vez da Chandrayaan-2. Uma hora antes do lançamento previsto a 14 de Julho a agência espacial da Índia anunciou que iria ser adiado. Esta manhã foi lançado o foguetão que por esta altura já terá largado na órbita da Terra a sonda que vai pousar na superfície da Lua.
Trata-se de uma ambiciosa missão que quer afirmar a Índia como uma “potência espacial de baixo custo”. Se tudo correr bem, os cerca de 130 milhões de euros que a missão custou vão servir para estudar a presença de água num lugar da Lua, o pólo Sul, que ainda não tinha sido explorado antes.
“Esta missão vai permitir um novo conhecimento sobre a Lua”, escreveu o primeiro-ministro Narendra Modi no Twitter, elogiando os cientistas envolvidos na missão “totalmente” indiana que, disse ainda, deve deixar qualquer indiano muito feliz. A China, a Rússia e os Estados Unidos são as únicas outras nações que enviaram missões à Lua.
Uma transmissão ao vivo mostrou imagens do foguetão descolando do centro espacial no Sul da Índia. Assim, começou a primeira etapa da aventura da Índia com o objectivo Lua. Dentro de 47 dias, a sonda deverá pousar na superfície da Lua. A Organização de Investigação Espacial da Índia (ISRO), já anunciou no Twitter que, para já, está tudo a correr como previsto. O momento em que a sonda pousar na Lua será um dos mais delicados da missão, existindo vários obstáculos, desde as variações na gravidade lunar, ao terreno e poeira. “Vamos passar por 15 minutos de terror enquanto esperamos garantir que a aterragem seja feita com segurança perto do pólo Sul”, disse Kailasavadivoo Sivan, director da ISRO.
A Chandrayaan-2, cujo nome significa “veículo lunar” em sânscrito, será a terceira tentativa que é realizada este ano para pousar na Lua, após o lançamento da sonda lunar da China e do fracasso da missão de Israel em Abril último.
A ISRO espera encontrar água na forma de gelo, bem como crateras que podem revelar dados importantes sobre o nosso sistema solar. Enquanto a Chandrayaan-2 se vai manter em órbita, o módulo de aterragem – que se chama Vikram, em homenagem a um dos fundadores da ISRO – carrega no seu interior um veículo chamado Pragyan (que significa “sabedoria” em sânscrito) de 27 quilos que, por sua vez, leva instrumentos para analisar o solo da Lua. Se tudo correr bem, Pragyan terá energia para 14 dias de vida e vai mandar as imagens recolhidas para a Terra. “Quando o rover começar o seu trabalho, a Índia poderá ter as primeiras selfies a partir da superfície lunar”, disse Kailasavadivoo Sivan, citado pela BBC, antes da primeira tentativa de lançamento na semana passada.
A contagem decrescente na ISRO está agora fixada para 6 ou 7 de Setembro, quando o módulo de aterragem descer até à superfície lunar. A missão da Índia à Lua envolveu quase mil engenheiros e cientistas e é liderada por duas mulheres, Muthaya Vanitha (directora do programa) e Ritu Karidhal (directora da missão).