“O terrorismo manipula o jornalismo que o amplifica”
Admite que Donald Trump não ganhe a reeleição de Novembro de 2020 mas, prudente, ressalva não ter certezas, porque nunca pensou que fosse eleito. Diz que “o populismo é também uma reacção ao que é definido como politicamente correcto e aos excessos da esquerda política”, mas é, sobretudo, “movido pelo medo” dos migrantes, do crime, do terrorismo. E defende que o jornalismo deve “insistir mais nos dados”, para evitar leituras distorcidas da realidade.
Catedrático de Psicologia na Universidade de Harvard especializado em linguística e ciências cognitivas, o canadiano Steven Pinker é uma das vozes mais firmes do optimismo racional. Vê o mundo com o olhar do copo sempre cheio, ao arrepio da lógica dominante da decepção. Proclamou-o nos anos recentes da crise que desabou sobre o ocidente, destruiu empregos e pôs em questão o bem-estar. Relativizou a importância destes danos se comparados com a evolução humana. Não por conformismo ou alucinação reformista. Mas, porque, ao estilo da árvore que não esconde a floresta, um acontecimento, por muito funesto que seja, não deve apagar a tendência.