Por que razão há tão poucas mulher a gerir universidades? Governo lança projecto para encontrar respostas

De acordo com a secretária de Estado, o objectivo é compreender melhor o fenómeno e perceber por que razão, apesar de haver cada vez mais mulheres alunas, professoras ou investigadoras, há uma “reduzida participação de mulheres nos cargos de decisão nas instituições de investigação e de ensino a nível superior”.

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Nuno Ferreira Santos

O Governo quer saber por que razão há tão poucas mulheres em cargos de liderança nas instituições de investigação e de ensino superior, indo estudar o fenómeno e propor recomendações, num projecto que vai durar três anos. A apresentação pública aconteceu nesta quinta-feira e, em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade explicou que o Projecto GE-HEI (sigla em inglês para Igualdade de Género nas Instituições de Ensino Superior) vai estudar as várias dimensões da desigualdade de género presentes nas instituições de ensino superior em Portugal.

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O Governo quer saber por que razão há tão poucas mulheres em cargos de liderança nas instituições de investigação e de ensino superior, indo estudar o fenómeno e propor recomendações, num projecto que vai durar três anos. A apresentação pública aconteceu nesta quinta-feira e, em declarações à agência Lusa, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade explicou que o Projecto GE-HEI (sigla em inglês para Igualdade de Género nas Instituições de Ensino Superior) vai estudar as várias dimensões da desigualdade de género presentes nas instituições de ensino superior em Portugal.

“Desde logo a questão da fraca e reduzida participação de mulheres nos cargos de liderança, não obstante nós termos uma nova lei que obriga as entidades a delinear representação equilibrada, os tais 40%, de paridade nos órgãos de governação e de gestão”, apontou Rosa Monteiro. De acordo com a secretária de Estado, o objectivo é compreender melhor o fenómeno e perceber por que razão, apesar de haver cada vez mais mulheres alunas, professoras ou investigadoras, há uma “reduzida participação de mulheres nos cargos de decisão nas instituições de investigação e de ensino a nível superior”.

“O projecto visa construir ferramentas concretas que permitam analisar e promover esta maior representação e facilitem a inclusão de critérios de igualdade nas grelhas de avaliação e acreditação da A3E [Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior]”, explicou a governante.

Rosa Monteiro sublinhou que esta é uma dimensão muito importante para que na avaliação que é feita dos cursos ou dos departamentos haja critérios que tenham a ver com a igualdade de género.

Por outro lado, a secretária de Estado chamou a atenção para outra realidade deficitária, que tem a ver com a integração das questões de igualdade de género nos currículos, o que “é um défice em áreas fundamentais, como medicina, direito, psicologia”.

Rosa Monteiro apontou que o projecto vai também servir para olhar para a multidimensionalidade das desigualdades no ensino superior, ou seja, avaliar não só questões relativas às instituições como entidades empregadoras, mas também no trabalho que fazem contra fenómenos como a violência no namoro ou o racismo.

O projecto tem a duração de 36 meses e no fim é suposto serem feitas recomendações especificas, por exemplo, sobre currículos dos vários cursos para a integração da perspectiva da igualdade de género naquilo que é ensinado.

A apresentação pública contou, além da secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, com a presença do secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, e decorreu em Lisboa.

O Projecto GE-HEI é promovido pela Direcção-Geral do Ensino Superior, financiado pelo Programa Conciliação e Igualdade de Género do EEAGrants 2014-20121 e será desenvolvido pelo Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do ISCSP- UL em parceria com o Institute for Gender, Equality and Difference at the University of Iceland e com a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior.