Raros são os filmes que, não sendo os últimos, respiram tanto um perfil de testamento como este Ran. Em rigor, Akira Kurosawa (1910-1998) ainda faria mais três filmes depois: Sonhos (1990), Rapsódia em Agosto (1991) e Ainda Não! (1993). Nenhum deles, contudo, tem o “peso”, a gravitas da história do senhor Hidetora, que tinha três filhos e lhes entregou as chaves do reino — e também da destruição do que tanto sangue tinha custado a ganhar. Um velho que vê o mundo a mudar e, julgando poder evitar a dissolução do reino, acaba por acelerá-la enquanto ganha consciência da transitoriedade do poder.
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Raros são os filmes que, não sendo os últimos, respiram tanto um perfil de testamento como este Ran. Em rigor, Akira Kurosawa (1910-1998) ainda faria mais três filmes depois: Sonhos (1990), Rapsódia em Agosto (1991) e Ainda Não! (1993). Nenhum deles, contudo, tem o “peso”, a gravitas da história do senhor Hidetora, que tinha três filhos e lhes entregou as chaves do reino — e também da destruição do que tanto sangue tinha custado a ganhar. Um velho que vê o mundo a mudar e, julgando poder evitar a dissolução do reino, acaba por acelerá-la enquanto ganha consciência da transitoriedade do poder.