Companhia aérea KLM pediu a mãe para se cobrir enquanto amamentava

A empresa confirmou que esta medida está prevista nas suas políticas internas. Organizações pelos direitos das mulheres consideram as políticas da KLM antiquadas.

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Steve Halama/Unsplash

A companhia aérea holandesa KLM foi acusada esta quarta-feira, 17 de Julho, de ter “valores antiquados” depois de se saber que uma tripulação pediu a uma mulher que se cobrisse enquanto amamentava a filha para evitar olhares dos outros passageiros. Defensores dos direitos das mulheres reagiram em fúria quando a KLM confirmou a política da companhia nas redes sociais, defendendo que as mães nunca deveriam ser envergonhadas por alimentar os seus filhos.

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A companhia aérea holandesa KLM foi acusada esta quarta-feira, 17 de Julho, de ter “valores antiquados” depois de se saber que uma tripulação pediu a uma mulher que se cobrisse enquanto amamentava a filha para evitar olhares dos outros passageiros. Defensores dos direitos das mulheres reagiram em fúria quando a KLM confirmou a política da companhia nas redes sociais, defendendo que as mães nunca deveriam ser envergonhadas por alimentar os seus filhos.

A polémica instalou-se depois de Shelby Angel ter revelado no Facebook que uma comissária de bordo lhe disse para se cobrir enquanto amamentava a filha de um ano num voo que fazia a ligação entre São Francisco, nos Estados Unidos, e Amesterdão, na Holanda, em Junho.

A mulher disse que recusou, mas admitiu sentir-se “desconfortável e desrespeitada” e, quando reclamou com a KLM, foi informada de que a resposta da funcionária de bordo estava alinhada com a política da empresa.

Mais tarde, quando solicitada a confirmar esta política no Twitter, a KLM disse que “permitia” a amamentação, mas as mães poderiam ser solicitadas a cobrirem-se. “Para garantir que todos os nossos passageiros, de todas as origens, se sintam confortáveis ​​a bordo, podemos pedir a uma mãe que se cubra durante a amamentação, caso outros passageiros se sintam ofendidos com isso”, disse a KLM no Twitter.

“Então, em vez de defender e proteger as mães que amamentam os filhos, já sob a pressão enfrentada por voar com os filhos pequenos, a KLM prefere manter valores antiquados que envergonham os corpos das mulheres”, escreveu Shelby Angel.

“As atitudes negativas em relação à amamentação em público provêm da erotização dos corpos das mulheres”, disse Niki Kandirikirira, do grupo de defesa Equality Now. “A amamentação é um processo totalmente natural e as mulheres devem ter a liberdade de fazê-lo onde e quando quiserem, em vez de serem forçadas a esconderem-se como se estivessem a fazer algo inapropriado”, reforça.

Ayala Ochert, do grupo britânico Better Breastfeeding, disse que a amamentação em público foi aceite na “grande maioria” dos países e que a companhia aérea não está em sintonia com as normas sociais. “Num esforço para evitar ofender a pequena minoria de pessoas perturbadas pela visão de uma alimentação infantil, a KLM preferiu ofender uma mãe que tenta alimentar e nutrir seu filho”, disse à Reuters.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que os bebés sejam amamentados exclusivamente durante os primeiros seis meses e que depois tenham uma dieta de leite materno e outros alimentos até os dois anos.