Flip termina com autores de Portugal e Angola entre os mais vendidos
Memórias da Plantação, da portuguesa Grada Kilomba, e Também os brancos sabem dançar, do angolano Kalaf Epalanga, estão entre os mais vendidos.
A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) terminou no domingo com os livros Memórias da Plantação, da portuguesa Grada Kilomba, e Também os brancos sabem dançar, do angolano Kalaf Epalanga, entre os mais vendidos.
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A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) terminou no domingo com os livros Memórias da Plantação, da portuguesa Grada Kilomba, e Também os brancos sabem dançar, do angolano Kalaf Epalanga, entre os mais vendidos.
A obra de Kilomba foi a mais comercializada na livraria oficial, enquanto o romance de estreia de Epalanga ficou em quarto lugar, informaram os organizadores da Flip.
Durante cinco dias, a festa literária que acontece anualmente em Paraty, no estado brasileiro do Rio de Janeiro, reuniu 42 convidados, que participaram em debates sobre Euclides da Cunha, autor homenageado em 2019, e outros temas como ciência, meio ambiente, o papel da mulher nas sociedades tradicionais, conflitos, música e literatura, e arquitectura.
Os organizadores da Flip destacaram, durante uma conferência de imprensa, que o número de acessos do público à tenda principal, que é paga, aumentou de 7277, no ano passado, para 8628 neste ano. Segundo o director-geral da Flip, Mauro Munhoz, este dado confirma a projecção de crescimento de 10% do público total do evento em 2019, embora ainda não tenham sido contabilizados os números finais.
Além das duas tendas principais, a Flip também contou com uma programação diversa composta por 467 actividades realizadas de forma independente por 27 casas parceiras e eventos paralelos como a Flipei, organizada por editoras independentes, que convidou o jornalista norte-americano Glenn Greenwald para um debate na sexta-feira, o que causou um ruidoso protesto na cidade.
Questionados sobre o episódio que gerou tensão em Paraty, Mauro Munhoz e Fernanda Diamant, curadora da Flip, defenderam que o protesto não atrapalhou o desenrolar do evento. “O barulho que fizeram do outro lado da ponte foi uma coisa pouco civilizada”, disse Munhoz, referindo-se ao grupo de manifestantes que se concentrou numa margem do rio Perequê com fogo-de-artifício e equipamento de som enquanto Greenwald falava num barco ancorado na outra margem.
O responsável frisou, porém, que não houve violência na manifestação organizada em defesa da Operação Lava-Jato e contra o jornalista fundador do site The Intercept, que publica desde Junho uma série de reportagens com informações obtidas de uma fonte anónima que colocaram em causa a imparcialidade da maior operação de combate à corrupção do Brasil.
A curadora da Flip acrescentou que o debate político é importante, mas criticou o facto de os manifestantes terem usado o equipamento de som em volume muito alto para tentar impedir que o público ouvisse Greenwald. “O debate é importante, mesmo um protesto afirmativo [em favor da Lava-Jato] é bem-vindo. O que não pode — e acho que foi o que aconteceu — é a tentativa de silenciar o outro”, concluiu.